Opinião de Pedro Amaral
Nas últimas semanas vivemos uma crescente angústia nacional. Tal como grande parte da Europa, vemos os números de infecções e mortes a subir, os serviços de saúde a colapsar e a capacidade económica a ruir.
Mais uma vez, face à grave situação vivida, os vestígios de incompetência não podiam deixar de ter as impressões digitais da governação socialista. A região do Vale do Sousa e, por consequência, o nosso Concelho de Lousada tem-se mantido, pelas piores razões, no centro das atenções, não só das autoridades de saúde pública, mas também da comunicação social e de todos os portugueses.
Na última semana Lousada registou mais 661 novos casos de infecção de Covid19 e, na região norte, ocupa o segundo lugar na taxa de incidência por 100 mil habitantes, logo a seguir a Paços de Ferreira. Os Concelhos de Paredes, Penafiel e Felgueiras também apresentam números de novos casos na ordem das centenas, mantendo-se, apenas, em melhor situação sanitária face a Lousada no que respeita à incidência do número de infecções nas suas populações mais numerosas.
Não fosse este caos o bastante, estes 5 Concelhos são ainda servidos pelo mesmo centro hospitalar que, note-se, não serve apenas os 300 mil habitantes desses 5 Municípios, mas também os de outros 7 outros Municípios vizinhos.
Incumbindo-lhe, assim, a tarefa impraticável de tentar prestar serviços de saúde a cerca de meio milhão de portugueses. No entanto, as deficiências do centro hospitalar não são circunstanciais nem tão pouco são consequência da pandemia, são, antes, problemas prolongados, notórios e estruturais conhecidos há anos quer por governantes, quer por governados.
Pena que o melhor que este governo socialista tenha conseguido fazer pelo Hospital de Penafiel, tenha sido esvaziar a sobrelotação das urgências durante a manhã em que Marta Temido lá se deslocou.
Onde estaria este governo quando o administrador do Centro Hospitalar garantiu, em meados de Setembro, a solidez e preparação do hospital perante qualquer cenário possível?
Ou onde estaria quando face aos números crescentes e ameaças de ruptura, nem estruturas de campanha ainda haviam sido instaladas nas imediações do hospital?
Nem o facto da maioria destes municípios terem executivos socialistas nos valeu do que quer que fosse. Se por um lado S. Bento os abandonou, por outro, também eles já não contam nem exigem do seu governo. Pena que quem padeça com esta rendição do poder local seja cada um de nós.
Concluindo, este governo falhou em toda a linha na preparação e prevenção de uma segunda vaga que todos os especialistas antecipavam. Em consequência dessa incompetência todos os municípios da região se viram abandonados. Suportaram sozinhos o estigma dos primeiros surtos de covid, reabriram sozinhos e sem exemplo durante o desconfinamento e, hoje, enfrentam sós o descontrolo da segunda vaga na região.
Infelizmente, parece-me evidente a forma como toda esta situação vai acabar… Afinal, convém não esquecer que aqueles que hoje nos estão a falhar na resposta a esta emergência pandémica, são exactamente os mesmos que falharam a Portugal na resposta aos incêndios de 2017.