São 14,5 trabalhadores por cada mil habitantes, o rácio mais elevado do Vale do Sousa. A Câmara de Lousada é a autarquia com um maior número de funcionários ao serviço – 676, apesar de ser o concelho com menor número de habitantes – 46 755, dados relativos a 2019.
Entre 2018 e 2019, Lousada tem vindo a aumentar o número de trabalhadores ao serviço da autarquia, sem contar o número de trabalhadores ao serviço da empresa municipal Lousada Século XXI. Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, depois de Lousada, o concelho vizinho de Felgueiras é o que mais emprega, com 671 trabalhadores para 56 422 mil habitantes.

Apesar de não utilizar frequentemente os serviços camarários, Anabela Moreira, 45 anos, residente em Nogueira, deslocava-se à autarquia para realizar pagamentos de luz, de água, de lixo, optando agora por “fazer tudo na internet, não utilizo muito os serviços”. Anabela acredita que “quando é para resolver algum problema”, há uma falta de resposta. “Quando precisei não tiveram uma grande capacidade de resposta”, lamenta.
A comerciante considera que o número elevado de trabalhadores “não se justifica, porque antigamente tínhamos de nos deslocar para fazer mil e uma coisas. Agora é tudo online, muito do trabalho presencial foi retirado e não há necessidade de ter tanta gente. Mas, se têm, é porque precisam”.

A nível geral, a população mostra-se satisfeita com o atendimento e, José Tavares, residente em Cristelos, de 66 anos, revela não utilizar os serviços, tentando realizar os pagamentos fora da autarquia. “Por um lado, acho que é bom, que dá emprego às pessoas, por outro lado também acho que não, porque também tem muita despesa com isso”, expressa.

“Mais funcionários pensam melhor”
Por sua vez, a comerciante Gabriela Nunes, de 43 anos e moradora em Silvares, utiliza os serviços da autarquia com alguma frequência sempre que tem alguma fatura ou necessidade de um esclarecimento extra. “É mais fácil, sou sempre muito bem atendida e fico mais esclarecida do que quando é por telefone, porque nem sempre consigo chegar à pessoa certa e pessoalmente isso é mais fácil”, afirma.
Não tinha conhecimento do número de trabalhadores, mas, “pensando assim é um exagero, se as outras se conseguem orientar com menos, nós também conseguiríamos, agora, também não estamos mal. Se pensarmos de outra forma, estamos mais bem esclarecidos, somos uns cidadãos com melhor atendimento, se calhar as coisas correm melhor. Se pensarmos em relação a outros concelhos, estamos sempre um passo à frente, e pode derivar de ter sempre pessoas competentes em cada setor”, reflete.

“Se as coisas estão a resultar, acho que é um investimento também para nós. Se pensarmos que essas pessoas estariam no fundo de desemprego a receber e estavam em casa sem fazer nada, então se calhar vamos aproveitá-las, pagar na mesma e estão a trabalhar para nosso próprio benefício”, alega.
Sandra Borges, 41 anos e residente na freguesia de Vilar do Torno, desloca-se aos serviços camarários cerca de duas vez por mês “para pagar a renda, a água e pouco mais. Quando preciso de alguma ajuda fico sempre esclarecida”. Quanto à necessidade de ter um número elevado de trabalhadores, Sandra não consegue responder, mas garante que sempre que necessita é bem-recebida.

O rácio mais baixo do Vale do Sousa pertence à Câmara Municipal de Paredes, com 557 trabalhadores para 86 067 mil habitantes, que corresponde a 6,47 trabalhadores por cada mil habitantes.