Artigo de opinião de Pedro Amaral.
Citação de Charles Dickens in Conto de Natal
Com o aproximar das festas natalícias de um ano singular, incomum e extraordinário, é quase inevitável que neste Natal presente, procuremos a esperança do Natal futuro nos ensinamentos do Natal passado.
Se entendermos a celebração do Natal na sua disposição no calendário e no ciclo das estações, percebemos a importância de um marco fundamental de transposição entre o antigo e o novo, caminho meio entre o vazio do Inverno e a esperança da vida do que está por vir.
Esta necessidade de transposição e de expectativa no futuro torna-se ainda mais relevante nas actuais circunstâncias, quando após um ano de excepcionais provações, todos esperamos pela tão ansiada luz ao fundo do túnel com vista à normalização das nossas vidas.
Naquele primeiro Natal em Belém, o nascimento de Cristo foi essa luz ao fundo do túnel para um povo oprimido não só pela pobreza e desigualdade social, mas também por uma potência estrangeira que aí impunha o seu poder.
A beleza do Natal de Belém é precisamente a sua continuidade, a sua constância, a sua intemporalidade. A esperança personificada pela fragilidade humana de um recém-nascido brilhou mais que a estrela daquela noite e espalhou a sua luz pelos milénios que se seguiram a cada Dezembro.
Este 2020 abracemos a intemporalidade do Natal, reflectindo na esperança representada pelo nascimento de Cristo e no poder transformador desta quadra descrita por Charles Dickens na sua tripla vertente dos Natais passado, presente e futuro.
Feliz Natal e Bom Ano Novo 2021.