O projeto para construir um Parque Geriátrico para a população sénior, nas instalações do Centro Social e Paroquial de Sousela (CSP Sousela), foi um dos vencedores do programa “BPI La Caixa Seniores” de 2020.
A proposta surge da necessidade de ter algum aspeto diferenciador, em relação às outras instituições, “e podermos acolher mais pessoas, no sentido de termos uma oferta diferenciada daquilo que é a resposta de todas as outras no concelho. Tendo em conta que o nosso público alvo são pessoas idosas, pensamos num projeto eu pudesse ir ao encontro da melhoria da qualidade vida deles”, expõe Tânia Magalhães, diretora técnica do CSP Sousela.
Com as condições disponibilizadas nas instalações do CSP e os recursos humanos internos que o pudessem dinamizar, surge a oportunidade da criação de um Parque Geriátrico. Na primeira fase para idosos da instituição e, mais tarde, para idosos da comunidade.
“Há uma ficha de inscrição, existem critérios para a ordem de entrada e um planeamento feito já em época covid, tivemos que reformular o planeamento de utilização dos equipamentos, tendo em consideração as condicionantes que nos são impostas”, explica a diretora técnica.
Para Tânia Magalhães, este parque trará benefícios, essencialmente, no dia a dia do idoso, “quer cognitivos, quer físicos, mas também benefícios que pudessem ter um âmbito maior, ou seja, abranger também os cuidadores, porque se os idosos estão melhores e se a saúde mental e física também estiver, consequentemente, os cuidadores beneficiam deste aspeto e não ficam tão sobrecarregados. Pensamos também nos serviços de saúde que poderiam não estar tão sobrecarregados, porque se houver uma melhoria não há uma procura tão exaustiva”.
A candidatura aos prémios “BPI La Caixa Seniores” foi realizada para o valor máximo que o prémio atribuía, que rondava os 40 mil euros, mais tarde há uma reformulação e é atribuído ao CSP Sousela um valor de cerca de 29 mil euros, sendo uma parte da verba assumida pela instituição. “Estamos na fase de divulgação e aquisição de equipamentos, posteriormente, vamos construir o parque nas instalações da instituição e, numa fase final, começamos a utilização se assim nos for permitido”, esclarece.
Durante um ano, o de implementação do projeto, irá ser totalmente gratuito para os idosos e esperam que assim possa continuar.

Melhorar a qualidade de vida dos idosos
Este prémio do BPI e da Fundação La Caixa vai na 8.ªedição e visa apoiar projetos que promovam o envelhecimento ativo, saudável e em casa, de pessoas com idade superior a 65 anos em situação de vulnerabilidade social.
Para o pároco António Teixeira de Freitas, presidente da instituição, com o passar dos anos e a chegada da reforma, as pessoas “metem-se um bocadinho mais em casa, deixam de ter aquela ocupação e começam a entrar numa vida mais monótona, que não permite tanto o encontro, ou o encontro sempre com os mesmos. O facto de podermos sair para qualquer lado, vamos com este hoje e amanhã com outros, permite alargar o nosso leque de contacto e de relação com os outros, trazendo-nos satisfação de vida e vontade convivermos e sairmos de casa, porque parar é morrer”.
A pandemia de covid-19, em que toda a gente se isolou em casa, faz com que este projeto “venha muito a propósito e acho que será excelente, porque vai promover o encontro, vai ter as pessoas de casa”, acredita.
O Parque está direcionado para pessoas que tenham mobilidades mais reduzidas e vai servir para “manutenção e movimentação do corpo, para não se debilitarem tão rápido”. A nível físico, o pároco acredita que seja uma boa aposta, mas mais ainda a nível psicológica e de satisfação pessoal, de espiritualidade. “Vamos trabalhar a dimensão total da pessoa e acho que vamos promover e provocar na vida das pessoas, uma melhoria substancial, pelo menos um atrasar da paragem, da falta de mobilidade”, alega.
Embora possa haver algo semelhante no concelho, o CSP Sousela garante um acompanhamento personalizado diferenciadora de todos os outros. Na candidatura está inserida uma carrinha de nove lugares, de forma a transportar as pessoas de casa para o parque, “para que elas sintam que é fácil participar nestas coisas, que saiam, que venham. Para o facto de terem de fazer a viagem não seja um problema e impeditivo de participarem”.
Entre os vários sonhos que a pandemia não permitiu realizar, conseguiram a aprovação do projeto e, assim que tenham autorização, irão implementá-lo e começar as atividades. A construção tem início no próximo ano e estará implementado até meados de março, abril. “A ideia é que, havendo a possibilidade de o projeto crescer para outras dimensões, ir acrescentando outras atividades. O facto de ser uma instituição que pertence à Igreja, e nós que estamos obrigados aquele valor chamado caridade, também por caridade e por atenção ao próximo, contaremos com o apoio da comunidade para apoiar a restante comunidade”, relata.