Por Rafaela Silva – militante da JSD
O que é a emancipação?
A emancipação é o ato de se tornar livre, ou independente, e ter a capacidade de construir uma vida com dignidade. A emancipação dos jovens em Portugal é cada vez mais tardia e os que tem a coragem de ser independentes deparam-se com muitos obstáculos.
Atualmente a emancipação é vista como um sonho ou objetivo pessoal impossível. Há uns anos, a entrada na idade adulta acontecia no final da adolescência, quando ingressavam no mercado de trabalho, que é um ponto fulcral para a realização de um projeto conjugal. Se nos tempos dos nossos pais saía-se de casa mais cedo para casar, e os filhos surgiam logo a seguir, agora não é assim. Nem o emprego representa a desejada autonomia.
Tudo o que antes aconteceria cedo agora acontece tarde, cada vez mais tarde, por diversos fatores como o prolongamento dos estudos, o desemprego. Lutar pela emancipação jovem implica envolver políticas que integrem a habitação, o emprego, a educação e entre outras áreas.
Todos temos a consciência que uma das consequências da crise fez com que os jovens ficassem com a vida suspensa, e muitos deles viram como solução emigração. E os que tiveram a coragem de ficar no nosso país encontraram muitas dificuldades como a instabilidade laboral, o que não nos permite desenvolver as nossas competências adquiridas.
Nós jovens temos o direito de ter um bom emprego e uma remuneração que nos permita começar a construir o nosso projeto de felicidade. Porém, apesar de o sonho comandar a vida, esta nossa ambição é contrariada por uma economia constituída por pequenas empresas asfixiadas de impostos, com salários baixos e incapazes de tornar Portugal encantador para construir o nosso projeto de vida.
Na minha opinião é urgente inverter a tendência de “oferecer” aos jovens um contrato de trabalho a termo, para que tenhamos estabilidade ou segurança. Como é que, nós jovens, com um contrato a termo podemos comprar a nossa própria habitação? As empresas portuguesas têm de ter incentivos para celebrarem contratos de trabalho sem termo.
Vejamos, as nossas empresas geram imensos postos de trabalho e, consequentemente produzem a maior parte da riqueza em Portugal, assim sendo, é impensável não se colocar o sector empresarial português no centro da atividade legislativa em matéria de rendimentos, de fiscalidade e mercado de trabalho.
É essencial haver uma diminuição dos custos salariais para as empresas na celebração de contratos de trabalho. Especialmente no que respeita a contratos com jovens até aos 30 anos através da isenção do pagamento de contribuições para a segurança social.
Qualquer um de nós gostaria de poder viver melhor do que os nossos pais e avós, tendo em conta que que somos a geração com mais qualificações, e, ao longo da história, as gerações seguintes viveram sempre melhor do que as anteriores.
No entanto, se nada for mudado, nós seremos a geração que viverá pior do que os nossos pais e avós. Não nos conseguimos emancipar, sair de casa dos nossos pais e construir a nossa família porque o nosso nível de rendimentos é insuficiente.
Se daqui em diante nós jovens, não remarmos contra a maré daqui a uns anos seremos um país envelhecido, visto que Portugal tem a taxa de natalidade mais baixa dos países da União Europeia, ao tardar a nossa emancipação também vamos ter menos filhos, muitos casais quando tem a idade de ter um 3º filho (quando a vontade é essa) estão a ter o seu primogénito.
Assim temos um país com mais problemas do que oportunidades. Temos que inverter esta situação, lutar pela nossa emancipação, os nossos sonhos têm que comandar a vida. Precisamos de boas medidas, boas escolhas.
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