A Associação de Música Tradicional – Rompe Cordas, surgiu através da união de um grupo de amigos apaixonado pela música tradicional portuguesa, com o objetivo de dar a conhecer a música popular de todo o país.
Os “Rompe Cordas”, com cerca de 11 elementos, começaram num local ao lado da Junta de Freguesia de Nespereira e sede do Rancho, mas, atualmente, ensaiam na antiga Escola Primária de Nespereira, cedida pela autarquia e a União de Freguesias de Nespereira e Casais, para incentivar a cultura na freguesia.
“Éramos 13 elementos, infelizmente, faleceu o presidente de quando começou o grupo, o senhor Agostinho Silva, e faleceu um outro elemento há cerca de dois meses”, lamenta Luís Oliveira, 64 anos, presidente desde 2019, depois do falecimento de Agostinho Silva.

A formação do grupo “foi fácil”, conta, por ser constituído por “pessoas fantásticas e que gostam mesmo disto”, conta. O grupo conheceu-se na Rancho de Nespereira e, em 2011, resolveram criar um grupo. “Formamos o grupo em 2011, mas as nossas primeiras saídas foram no ano seguinte. Começamos com uma brincadeira com toques de cavaquinhos, umas violas, depois o acordeão e formou-se o grupo”, narra.
“Começamos a ensaiar e, um dia, começaram a rebentar as cordas. Foi um elemento, que agora nem está no grupo, que disse ‘este grupo tinha um bom nome: Rompe Cordas’, acharam-lhe piada, não havia grupo nenhum com esse nome, então deixamos esse.”
A sugestão “Rompe Cordas” surgiu, por acaso, num ensaio. “Começamos a ensaiar e, um dia, começaram a rebentar as cordas. Foi um elemento, que agora nem está no grupo, que disse ‘este grupo tinha um bom nome: Rompe Cordas’, acharam-lhe piada, não havia grupo nenhum com esse nome, então deixamos esse”, recorda.
A completar 10 anos da sua fundação, o grupo viu toda a sua atividade parada pela pandemia. “Esta pandemia, infelizmente, veio parar as nossas saídas. Já estivemos em França, uma das saídas mais bonitas que tivemos. Em 2021 temos um convite em aberto, mas vamos ver o que isto dá”, refere.
O balanço que faz destes 10 anos é “extremamente positivo, porque as pessoas gostam mesmo daquilo que fazem e gostando é mais fácil de andar para a frente”, menciona, acrescentando que as atividades mais marcantes do grupo foram “a visita a França, os arraiais e a saída a Resende. Fazíamos atividades aqui na sede, que já estavam previstas, mas não se realizaram. E parece-me que este ano não se vão realizar também”.
A saída a França, de que tanto se orgulham, deu-se nas comemorações dos 20 anos da Geminação de Lousada com a cidade de Tulle, em 2016.
Para além dos apoios que recebem por parte das instituições, as atividades são uma fonte de rendimento importante para a manutenção do grupo: “com essas atividades angariávamos algum dinheiro, mais a ajuda da Câmara e da Junta de Nespereira. O Sr. Presidente José Nunes é uma excelente pessoa que nos ajuda e ficamos muito gratos por isso. Também a Câmara Municipal de Lousada é excelente e apoia-nos. Tudo isso mais o que angariamos, dá para manter o grupo de pé e a manutenção de todos os instrumentos”, explica o presidente.
Os ensaios começaram por ser todas semanas, às quintas-feiras. No entanto, “agora estávamos a ensaiar duas vezes por mês. Em março passado, fizemos aqui um ou dois ensaios e fomos obrigados a fechar”, recorda.
A próxima geração
Apesar de ser um grupo de música tradicional, é composto por alguns jovens que poderão ser a continuidade do grupo. Como “a Catarina Rodrigues, a Patrícia Barbosa, a Mariana Barbosa, Pedro Marques”, nomeia.
O segredo para chamar tantos jovens? “O que ajudou muito foi estarmos no Rancho de Nespereira. Uns dançavam, outros tocavam cavaquinho, começaram a entrar e gostaram. Quando há um grupo que gosta tanto disto, chama a atenção dos jovens. A juventude gosta muito disto”, afirma.
Se gostariam de ter mais elementos, Luís refere que não. “Somos uma associação, temos aqueles elementos, fazemos todos parte da direção e, neste momento, não estávamos a contar ter mais elementos, porque estes são suficientes, 8/10 elementos já se tem o essencial”, garante.
“Foi sempre o objetivo do grupo gravar [um CD] e ir o mais longe possível. Se possível, gravar o terceiro.”
Para o presidente, os “Rompe-Cordas” são um grupo consolidado, mas que, com a paragem das festas e da atividade, pode tornar-se difícil voltar à diversa atividade que mantinham. “Com a paragem, não há festas, não há saídas”, lamenta.

As associações recreativas e culturais continuam a sofrer com as restrições da pandemia, numa altura em que o Verão trazia uma agenda cheia de eventos, mas que foram sendo cancelados. Por esta altura, em outros anos, já se preparava a época alta, a agenda estava repleta e os elementos já não tinham mãos a medir.
Já gravaram dois CD’s, um de originais, para vender e angariar algum dinheiro. “Foi um investimento bastante grande. Foi sempre o objetivo do grupo gravar e ir o mais longe possível. Se possível, gravar o terceiro”, lembra. Por enquanto, esse sonho fica guardado na gaveta à espera que cheguem melhores dias.