Opinião de Ana Regadas – militante da JS Lousada
A pandemia tem deixado marcas em todos nós, tanto na Saúde Física, como também na Saúde Psicológica/mental.
Foram várias as alterações sentidas nas rotinas das famílias, tendo obrigado a reorganização nas suas relações, no seu trabalho e na educação dos seus filhos. Os idosos por força das circunstâncias e para redução de risco de contaminação, viram-se privados das atividades que estavam inseridos, acabando por levar ao isolamento social.
Os jovens acabaram por se ligar mais aos meios informáticos e ao uso excessivo de jogos online, de forma a criar outro tipo de ligações/relações através do mundo virtual, uma vez que se viram privados dos convívios e relações a que estavam habituados.
Muitos trabalhadores viram os seus rendimentos reduzidos quer pela adesão da sua empresa aos apoios como o lay-off, quer mesmo pela perda do seu trabalho. No entanto, outros foram os trabalhadores que se viram obrigados a trabalhar em situações de maior desgaste físico e psicológico, estando expostos a maior risco.
Consequentemente sentiram-se dificuldades imediatas na economia, o que resulta numa maior desigualdade de acesso a prestação de serviços de saúde psicológica, por meios próprios, aumentando assim as situações de vulnerabilidade com a evolução da pandemia.
O que levou a uma diminuição do bem-estar e consequentemente a um aumento de stress e problemas de saúde psicológica, como a ansiedade e a depressão.
Segundo um estudo realizado pela Mind- Instituto de Psicologia Clínica e Forense, 49,2% dos portugueses na fase inicial da pandemia sentiu um impacto psicológico “moderado a severo”, principalmente, ansiedade, stress e depressão.
As crianças e adolescentes relataram também sintomas depressivos e de ansiedade no período de confinamento.
Embora se vão criando respostas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), as mesmas ainda são reduzidas para colmatar as dificuldades, o que se veio a acentuar com a pandemia.
Não estávamos preparados para estes desafios, ainda assim passado mais de um ano, ainda não nos adaptamos totalmente a esta nova realidade. E por isso, devemos agora com o arranque deste desconfinamento continuar com todos os cuidados, para que assim possamos evitar situações de confinamento obrigatório.