por | 29 Out, 2021 | Educação

Colégio São José de Bairros acolhe projetos Erasmus 

O Ensino Escolar tem cada vez mais instituições que incluem objetivos de internacionalização nos seus projetos educativos, com atividades de cariz intercultural e de inovação estrutural para aumentar a qualidade do ensino e aprendizagem. No Colégio São José de Bairros esta aventura começou em 2017 e já participaram todos os alunos do estabelecimento de ensino. 

O primeiro projeto acolhido foi o “Our Health is our Wealth” que pretende promover um conjunto de atividades que fomentem um bem-estar físico e mental, nomeadamente através de uma alimentação saudável e de hábitos desportivos que contrariem a obesidade e o sedentarismo.

Neste projeto, estiveram envolvidos seis países da União Europeia: Polónia, Espanha, Irlanda, Portugal, Itália e Lituânia.

“Decidimos entrar para trazer o espírito de desafio e de inovação. É uma forma de sermos cidadãos europeus em pleno”, refere Ana Mendes, professora e responsável pelo programa Erasmus no Colégio. 

“É uma forma de sermos cidadãos europeus em pleno.” – Ana Mendes 

O projeto incluía mobilidades aos diferentes países parceiros, mas a pandemia acabou por mudar, de certa forma, os planos: “iríamos ter um intercâmbio onde seríamos nós a receber todos os parceiros aqui. Começamos a ficar um bocadinho tristes, porque seria uma atividade muito interessante que já tínhamos preparado. Os alunos experienciam mesmo o que é viver no país com a família de origem, ficam acolhidos em casas de alunos das outras escolas”, refere. 

O que seria uma mobilidade em massa a Portugal, acabou por se transformar num encontro online. “Foi um desafio organizar uma mobilidade virtual, com imensos alunos do outro lado e sem manter os alunos muito tempo no ecrã”, lembra. 

Os alunos lousadenses tiveram oportunidade de visitar a Irlanda e a Itália. “À Irlanda levamos alunos com 10 e 11 anos. Foi um desafio para os pais, que confiaram em nós”, conta a professora.  Dos diários de bordo da experiência à Irlanda, há sentimentos mistos: a felicidade pelo regresso e a tristeza pela experiência acabar. 

Alunos que visitaram a Irlanda

“Antes desta inesquecível viagem quase não dormi, só pensava na viagem. Estava muito ansiosa, porque era uma viagem muito desejada e, também, porque era a minha primeira viagem sem a minha família” e “Dia do regresso! Sinto-me contente por regressar para junto da minha família, mas também me sinto muito triste por a viagem estar a acabar… Sinto-me ansiosa e confusa, nem sei explicar aquilo que sinto”, são alguns exemplos daquilo que os mais novos sentiram. 

Mariana, Duarte e Gonçalo participaram neste primeiro projeto, mas numa visita a Itália, em outubro de 2019. Para Mariana Montenegro, de 16 anos, foi “uma experiência boa poder participar no projeto e ter noção da dimensão que era, poder praticar o inglês e conhecer novas pessoas”. 

Mariana Montenegro

De Itália, recorda “a gastronomia, a forma como adaptam as comidas, o nível de ensino e a maneira de como eles vivem em casa, mas é engraçado conviver com eles e perceber essas diferenças”. “O mais difícil foi falar com os pais, porque não percebiam inglês, mas tentava falar um pouco mais devagar”, revela a jovem. 

“É engraçado conviver com eles e perceber essas diferenças.” – Mariana Montenegro 

Já Duarte Silva, de 16 anos, acredita que foi bom poder visitar outro país, “conhecer a cultura deles e praticarmos o inglês. Na família onde fiquei, não tive qualquer dificuldade em comunicar, mas sentia que eles tinham receio de fazer perguntas”. 

Duarte Silva

“Na família onde fiquei, sentia que eles tinham receio de fazer perguntas.” – Duarte Silva

Gonçalo Bessa, de 15 anos, partilha a opinião do colega e sublinha que “foi uma boa oportunidade de ver e conhecer uma escola diferente da nossa, conhecer a forma de ensino e a cultura do país”. Comunicar não foi um problema, mas “os pais tinham alguma dificuldade em fazer perguntas, embora quisessem conhecer melhor Portugal, a gastronomia e os autores”, reflete. 

Gonçalo Bessa

“Foi uma boa oportunidade de ver e conhecer uma escola diferente da nossa.” – Gonçalo Bessa 

Ainda hoje mantêm o contacto com essas pessoas e a certeza de que será uma experiência a repetir. 

Terminado este projeto, o Colégio São José de Bairros tem pela frente novos projetos, que têm como prioridades “a inclusão, a inovação pedagógica e a parte da sustentabilidade ambiental”, explica Ana Mendes. 

Por isso, em crescimento e execução estão os projetos “Avançando na inclusão” e “In spire”, concentrando-se, ainda, no projeto “eTwinning”. 

“Gostaríamos de ter projetos que envolvam mais as disciplinas de Humanidades, ligadas à história e ao património, e projetos ligados à matemática, para poderem ver que através de um projeto podem aparecer matemática e que a disciplina pode ser atrativa”, refere a professora, acrescentando que “também gostaríamos muito de envolver o primeiro ciclo e o pré-escolar”, termina.

1 Comment

  1. Manuela Magalhães Moreira

    A minha mãe frequentou o colégio em Bairros, há aproximadamente 80 anos. Já faleceu e se fosse viva teria 93 anos. Falou-me muito do Colégio.

    Reply

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