O Concelho de Lousada na segunda metade do século XVIII – Caracterização geral do concelho.
A Freguesia de Santa Marinha de Lodares nas Memórias Paroquiais.
Estava encaixada nos limites da Ribeira do Sousa, a sul do lugar do Torrão, banhada à direita pelo rio Sousa e à esquerda pelo rio Mesio; desta freguesia avistava-se a Vila de Arrifana de Sousa, à distância de meia légua.
Santa Marinha de Lodares, tinha dezoito lugares: Lodares, Soalheira, Perpe, Juía, Sousa, Souto, Ribeiro, Melote, Pousada, Bacelo, Prazeres, Quintans, Vilar, Roupar, Sequeiros, Pontinhas, Boussó e Lama, e somava cento e dez fogos e trezentos e noventa e sete habitantes.
Em 1706 a freguesia de Santa Marinha de Lodares era abadia dos Mosteiros de Paço de Sousa e de Cete, rendia duzentos e cinquenta mil réis, e tinham direito a apresentar o pároco, de forma alternada, o Papa, o Bispo do Porto e os Religiosos do Convento de Cete. Este benefício – cargo eclesiástico – totalizava em 1758 um rendimento de quinhentos mil réis. Tal como nos revela a Memória Paroquial: “O parocho desta freguezia he abade e de prezente esta suspenso e tem emcomendado e aprezentação da igreja he dos padroeiros nomeados no segundo dos enterrogatórios poderá render pouco mais ou menos este benefício quinhentos mil reis.”
Seiscentos mil réis, era quanto rendia em 1788, e em 1801, 700$000. Mas em 1874, Lodares baixava o seu rendimento para quinhentos mil réis.
O pároco desta freguesia, em 1758, estava suspenso, sendo o padre encomendado – padre que rege interinamente uma paróquia, em oposição a colado (MELO, A. Sampaio – p. 527) -, o cura Manuel Nunes da Rocha. E tinha três beneficiados simples: um era o Prior de Cedofeita, com um rendimento de sessenta mil réis; o segundo era o padre Cristóvão da Silva Leão, assistente em Lodares, que usufruía de um rendimento de quarenta mil réis; e o terceiro, o Padre Anselmo com vinte mil réis.

No centro desta freguesia situava-se a igreja, tal como está plasmado na Memória Paroquial – no « meyo da freguesia, ainda que ceparada dos lugares em pouca distáncia.» -, que tinha quatro altares. No altar-mor estava o sacrário com o Santíssimo Sacramento e as imagens de Santa Marinha, S. Lázaro e S. Caetano; no altar de Nossa Senhora das Neves encontravam-se as imagens de Santa Ana e Santa Luísa; no altar do Menino Jesus podiam ver-se as imagens de Santo António e de S. Sebastião; no altar das Almas, com a sua irmandade, a imagem de Cristo Crucificado.

Na igreja paroquial de Lodares, o ex-libris era o altar das Almas com a sua irmandade; e à capela de Santa Isabel iam alguns «clamores de preciçoez» no seu dia e em dia de Santo António.
Obras Consultadas:
CARDOSO, P. Luís – o. c., p. 642; I. A. N./ T. T. – Dicionário Geográfico. 1758, vol. 11, fl. 2169; BAPTISTA, João Maria – o. c., p. 683; Dicionário Enciclopédico das Freguesias. – o. c., p. 251; D’ ALMEIDA, António – o. c., p. 108; LEAL, Augusto Soares d’ Azevedo Barbosa de Pinho – o. c., p. 534; COSTA, Agostinho Rebelo da – Descrição e Topográfica e Histórica da Cidade do Porto, o. c., p. 128; I. A. N./ T. T. – Dicionário Geográfico. 1758, vol. 20, fl. 1009; SILVA, José Carlos Ribeiro da – o. c., p. 140; Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa. – o. c., p. 126; COSTA, Agostinho Rebelo da – o. c., p. 128.
153 – D’ ALMEIDA, António – o. c., p. 112.
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