Foi presidente da Assembleia Municipal de Lousada, eleito em 1982, como independente nas listas da Aliança Democrática. Foi um Técnico de Contas de grande reputação e graças aos seus conhecimentos nessa área prestou serviços abnegados a muitas coletividades locais, nomeadamente à Associação de Cultura Musical de Lousada, à Associação Desportiva de Lousada e à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lousada, onde os balanços, os cadernos de contas e os livros de atas eram por si meticulosamente lavrados ou supervisionados.
Nasceu em 9 de Dezembro de 1923, na Rua de Santo António, freguesia de Silvares, concelho de Lousada, filho de Joaquim Gonçalves Solha Júnior (natural de Marco de Canaveses) e Natalina da Ascensão Couto (natural de Silvares, Lousada). Foi irmão de Francisco Maria Gonçalves Solha e Maria Ester Gonçalves Solha.
Casou com Maria Antónia Alves Teixeira, natural da freguesia de Silvares, concelho de Lousada, respetivamente pai e mãe do médico António Joaquim Teixeira Gonçalves Solha e da professora Ana Maria Teixeira Gonçalves Solha.
Profissionalmente, Joaquim Solha destacou-se como técnico de contas de grande reputação, no Grémio da Lavoura de Lousada e na Adega Cooperativa de Lousada.
Também exerceu funções de contabilista no antigo Hospital Sousa Freire.
Durante um reduzido período de tempo, exerceu a sua profissão na fábrica da Estofex.
Foi sócio fundador e gerente da Sociedade Panificadora Central de Lousada, numa atividade económica que a sua sogra, Justina Alves, desenvolveu em Lousada.
Era profundamente entendido nas questões fiscais, administrativas e processuais do setor privado e público, pelo que era frequentemente solicitado para atender a dúvidas de técnicos e dirigentes associativos.
Foram da sua lavra os estatutos e regulamentos de diversas coletividades, nomeadamente da Associação de Cultura Musical de Lousada, da qual foi diretor e co-fundador, em 1975.
Administrador do Jornal de Louzada
Este lousadense era aficionado da imprensa em geral. Além de leitor assíduo dos principais periódicos nacionais, foi também correspondente do Diário do Norte, do Diário Ilustrado e de O Primeiro de Janeiro.
Entre 1959 e 1963 foi administrador do Jornal de Louzada, a convite do diretor, Jaime Amador e Pinho. Na edição de 29 de Junho de 1963 Joaquim Solha despediu-se dessas funções com um artigo onde se lê: “(…) os afazeres profissionais e particulares, a que também se alia o estado de saúde, não me permite continuar por mais tempo com a árdua e pesada tarefa que em hora difícil me foi confiada pelo Ex.mo Diretor deste jornal para a defesa e sobrevivência do único jornal neste concelho.
Canseiras, contrariedades e alegrias, aquelas em maior número que estas, foi o resultado da missão. (..) O próximo número já é orientado pelo Sr. Manuel Afonso da Silva, um lousadense cheio de boa vontade”.
Ajudou na formação da Associação Desportiva de Lousada (ADL), quando a equipa ainda não era filiada, até 1948, ano da fundação do clube. Fez parte da primeira direção da ADL, na época 1949/50, na qual foi 2.º Secretário e cujo elenco era presidido por António Pereira Lousada, secundado por José Domingos de Araújo Dias (vice-presidente), Alfredo Pires Teixeira da Mota (1.º Secretário) e Paulino Pereira Neto (tesoureiro).
Uma das mais importantes fases da história do clube, que coincidiu com a subida à 3ª Divisão Nacional, aconteceu entre os anos de 1983 e 1986, altura em que a Assembleia Geral foi presidida por Joaquim Solha.
Forte sentimento bairrista
A sua atenção e apoio para com a atividade cultural, desportiva e recreativa esteve sempre presente ao longo da vida de Joaquim Solha, sobretudo na sua juventude. Em finais da década de 1940 colaborou na célebre peça de teatro de revista “Lousada na Ribalta”, do seu amigo António Augusto de Castro Gorgel, que estreou no salão dos Bombeiros Voluntários de Lousada, a 10 de Abril de 1948. Foi um estrondoso sucesso e cuja receita (de 20 mil escudos ou vinte contos de reis, como se dizia na época) reverteu a favor dos Bombeiros Voluntários de Lousada. Tal facto motivou Joaquim Solha para empreender na década de 1950 avultadas obras nas instalações dos Bombeiros. Joaquim Gonçalves Solha e Fernando Pacheco da Fonseca, respetivamente secretário e presidente da direção dos bombeiros, e seus colegas dirigentes mobilizaram a sociedade lousadense para ajudar nos melhoramentos sobretudo no salão de espetáculos, que foi durante mais de duas décadas local de referência do teatro de revista, exibição de cinema e outros eventos.
Foi portador de um forte sentimento bairrista que o motivava para participar em tudo o que podia para bem de Lousada. Por isso e com naturalidade, integrou, em diversos anos, a Comissão das Festas Grandes do Concelho ao Senhor dos Aflitos.
Joaquim Graça Gonçalves Solha faleceu a 30 de Setembro de 1990, com 67 anos.
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