“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces” Aristóteles
O inicia-se novo ano letivo e com isso novas tarefas imprescindíveis para preparar os futuros/atuais cidadãos para a vida ativa e plena cidadania. Consideramos que cada vez mais a atividade docente é desafiante e necessita de uma grande dose de resiliência.
Ser professor é algo mais do que “dar aulas”, como alguns consideram na sua ignorância patética e constrangedora. Ser professor é interagir todos os dias com dezenas de crianças ou jovens, que têm a sua própria idiossincrasia, que transportam a forma como as suas famílias vêm e sentem a escola. Hoje, não temos apenas dois ou três tipos de jovens, isso fora noutras gerações. Agora temos muita mais diversidade, fruto de uma sociedade cada vez mais plural. Felizmente existem cada vez mais famílias que pretendem oferecer tudo de bom aos filhos, mas que nem sempre compreendem que a escola não é o local para educar verdadeiramente os seus filhos. A escola ajudará nessa formação, mas os valores como o respeito, a honestidade, a ética, a ponderação e a entreajuda estão cada vez mais arredados dessa responsabilidade familiar. Os pais muitas das vezes começam a afastar-se dos filhos e vice-versa, ao longo do seu percurso escolar. Muita proximidade e empenho nos primeiros 4/6 anos escolares, mas depois constata-se que se esquecem que devem continuar a procurar os professores responsáveis pelas turmas de forma a manter-se a par das atividades escolares dos filhos. Cada vez mais se cava uma distância entre pais e filhos, levando a que por vezes, o que desejam é que os filhos não os incomodem e se entretenham com o telemóvel ou computador. Assim, é natural que esses meios sejam os principais atores da educação e formação do jovem.
O problema da educação em Portugal não são os professores! Será bom recordar, que por vezes recebemos notícias de agressões de pais e alunos a professores. Invertem-se os valores e instala-se a desordem e a perturbação no ensino. Será bom recordar, que temos jovens que vão para escola sem pequeno-almoço, com noites mal dormidas, com famílias desestruturantes, com desemprego em casa, sem carinho e atenção. Os professores entram na sala de aula com mais de duas dezenas de alunos a observá-lo, a procurarem as suas falhas, os seus tiques, a sua forma de falar ou que algo que provoque troça. A maioria dos professores gosta dos seus alunos e desenvolve com eles relações de afetividade e de cumplicidade. Passam cerca de 9 meses com os alunos, com as suas dificuldades, com os seus desânimos e as suas fraquezas. Sabemos, que a maioria dos professores escolheu esta profissão, mas não escolheu ser psicólogo, assistente social, diplomata, ator ou outra qualquer atividade, que muitas das vezes tem de desempenhar para colmatar as falhas do sistema educacional.
É necessário parar e pensar-se o que se pretende da escola pública. Há cerca de quarenta anos havia falta de professores, prevemos que quando a geração dos cinquenta/sessenta anos começar a sair para a reforma, voltará a escassez de professores. No futuro, ninguém quererá ser professor e ainda por cima mal visto, mal pago e maltratado.
A escola não é edifícios novos e bem equipados, necessita-se de docentes motivados, respeitados e focados apenas nas suas tarefas prioritárias. Uma sociedade que não investe na educação dos seus filhos não tem futuro. Não podemos ter uma sociedade que valoriza o queixume, o ressentimento e a inveja. Isto pode ser “curado” numa escola de partilha, sadia e de valores.
Telmo Carvalho é o “Grande Louzadense” desta edição. Designer, professor e músico, são as atividades que o preenchem e fazem dele uma personagem peculiar. Foi um dos grandes impulsionadores e criadores de bandas de música lousadenses da década de 80. Foi vice-presidente da Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD), tendo também sido vice-presidente da Escola Superior de Media Artes e Design do Politécnico do Porto. Homem bastante discreto, tendo na intelectualidade e na simplicidade algumas das suas principais características.
Rui Martins é o nosso destaque na rubrica “Cidadania”. Lousadense apaixonado pela fotografia, tem colecionado alguns prémios nesta “arte”. Procura o desporto automóvel e as paisagens como telas para a suas “pinturas” fotográficas. Também desta forma se pratica cidadania, pois as fotos de qualidade provocam os nossos sentidos e “mostram” algo diferente que no dia-a-dia não conseguimos ver.
Nesta edição temos a opinião de mais um presidente da junta sobre os próximos anos de mandato. Diogo Aires foi eleito para o seu segundo mandato como presidente da Junta de Freguesia de Sousela. Este é um dos dois presidentes de junta do concelho, que só poderá concorrer a mais um mandato.
Romeu Leite é o piloto que destacamos no desporto. Oriundo da Aparecida este piloto de motociclismo já foi campeão na classe 600, duas vezes vice-campeão na classe 85 e, no ano passado, campeão nacional na classe Superbike. É de facto mais uma grande referência do nosso desporto motorizado.
O Caíde de Rei Sport Clube faz este ano 45 anos de existência e de trabalho em prol do futebol de formação e sénior. É uma das grandes referências associativas do nosso concelho.
Continuem a seguir-nos!
Boa leitura!
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