“Ao nível de todo o território temos feito intervenções em duas vertentes que são muito importantes: obras e ação sociocultural”.
Fausto Oliveira, desde cedo, encontra-se envolvido na política. Em 2009 foi eleito Presidente da Junta de Silvares e, após a agregação de freguesias, continuou o seu papel também em Pias, Nogueira e Alvarenga. Encontra-se no início do seu último mandato, porém, a sua vontade de realização não esmoreceu. Conheça melhor este bom político e o seu pensamento face a diversas situações.
Fausto Oliveira cumpre, neste momento, o seu terceiro mandato enquanto Presidente da União de freguesias de Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga. Porém, já havia desempenhado o cargo como Presidente da Junta de Silvares antes de ser possível esta agregação.
Com apenas 10 anos ingressou no seminário onde se manteve por vários anos. No 8º ano de escolaridade, isto é, no terceiro ciclo mudou-se para a Escola Secundária de Penafiel, tendo permanecido até ao final do 10º ano. A sua passagem nesta entidade terminou, na medida em que regressou ao seminário em Coimbra para terminar o ensino secundário. Após a conclusão esteve um ano em Aveiro e, de seguida, foi para Lisboa onde iniciou filosofia e teologia. Contudo, no final do 4º ano abandonou a vida religiosa.
O lousadense manteve-se em Lisboa onde continuou os estudos em teologia e aproveitou para tirar uma formação em informática, regressando de seguida à terra natal. A sua formação em teologia não estava completa e decidiu terminá-la na Universidade Católica do Porto e, após o término, começou a lecionar Educação Moral. A Escola Secundária de Penafiel e logo no ano seguinte a EB23 de Lustosa foram as escolas onde desempenhou funções de docente e, no meio do seu percurso, abriu uma empresa de informática. “Depois de 11 anos de lecionação, dediquei-me completamente ao meu negócio”, reforça.
Abordado subtilmente o seu trajeto, chegou a hora de falar sobre política. Segundo o próprio, esta encontra-se presente na sua vida desde muito novo, uma vez que, o seu pai fez parte do grupo fundador do Partido Social Democrata em Lousada. Posto isto, o contacto com a área foi sempre abastado. Ademais, a sua formação base tem uma dimensão de serviço e disponibilidade aos outros.
O lousadense iniciou em 1994 a sua vida política devido a uma proposta feita pelo Dr. Leonel Vieira para ingressar na comissão política. Após três anos, integrou uma lista candidata à Junta de Silvares, embora sem sucesso. Mais tarde, em 2001, tornou-se candidato autónomo e perdeu frente ao Eng. Couto Reis. Depois destas duas candidaturas, abandonou a vida política. Porém, o bichinho manteve-se e, em 2009, regressou para uma vitória. Desde então, encontra-se completamente dedicado à vida autárquica.
“Em todos os trabalhos que exerço a dedicação é total”, afirma acerca do seu estilo de gestão. Assume a necessidade de uma presença constante, de um olhar atento a todos pormenores, de uma proximidade com as pessoas e de um escutar vigilante sobre os anseios dos demais. Contudo, salienta que é importante que haja um projeto de desenvolvimento integrado, ou seja, um projeto próprio. “O meu objetivo foi equilibrar o desenvolvimento entre os vários territórios para que não houvesse muita diferença. Logo, apostei sempre nas áreas com menos serviços”, explica. No final desta questão, refere a coragem que todos os políticos devem ter ao saber ir mais além.
Para o autarca, a principal função de um presidente é a proximidade, na medida em que as juntas são o elo mais próximo da população. Ao longo dos anos houve variações de competências e, segundo o próprio, estas já foram quase esvaziadas de poderes. No entanto, têm ganho alguns domínios no desenvolvimento e na transformação do território nas mais diversas áreas: sociais, transporte, saúde, educação, entre outras.
Apesar da junta se basear na figura do presidente, o executivo é bastante importante para que haja outras visões da realidade e não só. Além dessa vantagem, o trabalho é multifacetado e cada um desempenha a sua tarefa. “O executivo é uma equipa e as grandes decisões são fruto de uma unanimidade”, sublinha. Em 2009 eram três elementos e em 2013, dada a união, passaram a ser cinco elementos. Até ao ano transato, mantiveram-se os mesmos, porém, nas últimas eleições saíram três membros devido a uma necessidade de renovação da equipa.

Ao longo destes treze anos, foram realizados variadíssimos projetos. A primeira obra mais significativa foi no primeiro mandato, com a construção da casa mortuária em Silvares, para além da abertura e construção de estradas. Mas não foram só obras, já que no primeiro mandato foi fundado o Movimento Sénior de Silvares e existiu o acolhimento de um grupo de dança, em que ambos ainda perduram com sucesso. Depois, como união de freguesias fez-se: o alargamento e requalificação do cemitério de Nogueira; a reformulação do adro da igreja de Silvares; o acesso à Igreja de Nogueira; o alargamento e requalificação de várias estradas; a construção de quilómetros de passeios, sobretudo em Pias; a construção de jazigos; a construção de casas de banho de serviço ao cemitério em Nogueira e Silvares; a reformulação do espaço desportivo de Alvarenga; a construção de um monumento em honra à Nossa Senhora da Natividade em Alvarenga; o projeto e as bases da casa mortuária de Alvarenga; … entre tantas outras obras nas quatro freguesias.
Em termos culturais, foi iniciado um conjunto de atividades, nomeadamente: a festa do rio; a festa dos vizinhos; o magusto solidário; o natal sénior, etc. Estas atividades, hoje fortemente implantadas, surgiram de um projeto em conjunto com onze associações das quatro freguesias a que se deu o nome de “Semana Cultural”. “Ao nível de todo o território temos feito intervenções em duas vertentes que são muito importantes: obras e ação sociocultural”, afirma.

O autarca não nota diferença nos mandatos pois o ânimo e a vontade de realização mantiveram-se iguais desde o primeiro momento. Relativamente aos habitantes das quatro freguesias, há certas diferenças, pois cada uma tem a sua identidade própria que está enraizada na gênese de cada pessoa, no território, nas associações, na vida paroquial, etc. “Têm formas diferentes de olhar para a realidade, mas é na complementaridade que está a riqueza”, afirma.
Nesta sequência, reconhece que gerir uma união é mais difícil. “O desafio, a exigência e a complexidade são maiores”, conta. Além disso, há um certo sentido de orfandade devido ao facto de num determinado momento estarem a apostar mais numa freguesia e as restantes sentem-se órfãos. Todavia, existem vantagens: orçamento mais avolumado que permite responder mais rápido às necessidades; equipamentos permanentes e recursos humanos a tempo inteiro. Desta forma, há prós e contras.
Quanto ao futuro próximo, “há um conjunto de realizações que estão agendadas e irão acontecer”, afirma. A casa mortuária em Alvarenga, a construção de um novo cemitério em Silvares, o alargamento e melhoramento de estradas estruturantes com a estrada de Santa Cristina, em Nogueira, a rua da Igreja em Silvares e a rua Guerra Junqueiro, em Pias… são exemplos disso. No que diz respeito ao autarca, tudo fará para dar resposta a estas obras e não só, pois o seu compromisso é até ao último minuto.

“Quero ser lembrado como uma pessoa humilde que com o seu conhecimento e sabedoria tentou fazer algo de bom por este território e pelo seu povo”, declara. Conhecido como uma pessoa simples e muito terra a terra, o lousadense acredita que ficará na memória como alguém que cumpriu o seu dever deixando uma marca de qualidade. Por isso, desde 2009, o seu objetivo passou sempre por implementar projetos que perdurem.
O autarca que gosta de viajar, comenta que a sua terra evoluiu muito, porém, o desenvolvimento do território destruiu muitas das memórias da vila. Segundo o próprio, foi um erro não ter havido uma conciliação entre o património existente com a possibilidade de novas construções em áreas mais alargadas. “Tenho muito orgulho em ser de Lousada”, finaliza Fausto Oliveira, hoje com 56 anos.
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