por | 7 Nov, 2022 | Cultura, LouzaRock

Ascensão meteórica dos Electron

Que bem que está a banda lusitana instalada em terras de Sua Majestade o Rei D. Carlos III. Pois é, o lousadense Pedro Cabanelas Bessa está cada vez melhor, agora como frontman de um trio que se intitula Electron. Saiu no passado dia 21 o tema  WAKE UP, que pode ser encontrado no YouTube e no Spotify. Recomendamos vivamente a audição. E quem puder vá a Londres vê-los. A banda está a realizar (até ao final do ano) uma digressão em Inglaterra, com atuações já confirmadas em Londres, Hatfield, Camden e Leeds. A evolução  deste músico (e seu companheiros) é indesmentível e isso não passa despercebido às grandes marcas do rock londrino. Por isso, os Electron já são agenciados e produzidos por chancelas como American Artiste, Ingrooves, Worldsound, Virginmusicuk e Universalmusicgroup.

Para analisar a nova produção convidamos três especialistas da área musical:

DUARTE SOUZA (músico e compositor): “É certo é sabido que criar expectativas em relação a discos raramente dá bons resultados. Primeiro porque quem gere as expectativas raramente sai totalmente satisfeito, depois porque os músicos são colocados sob uma pressão que pode perfeitamente influenciar o seu trabalho, nem sempre de forma positiva! FELIZMENTE, não é isso que acontece quando se ouve Wake Up. Estamos perante um verdadeiro e pojante Power Trio. WAKE UP inicia- se com um riff bem explosivo, com exímia mestria no uso de harmónicos na guitarra de Cabanelas, dando seguimento (para meu espanto) a incursões mais próximas do Death Metal do que propriamente do Hard Rock, nomeadamente as que implicam pedal duplo e velocidade descontrolada da Bateria, sempre bem alicerçada pelo baixo, e que deixam um agradável arrepio na espinha. A nível de execução, estes 3 músicos são absolutamente irrepreensíveis fazendo jus a uma secção rítmica laboratorial e guitarras precisas culminando num trabalho, inteligente e com uma produção e masterizacao de nível internacional. Contudo (a salientar um aspeto menos positivo), penso que estruturalmente as secções musicais deveriam ser mais arrojadas e diferenciadas a certo ponto, talvez uma mudança de paradigma melódico em alguma parte do tema,mas no cômputo geral: um trabalho de excelência que irá ter sucesso garantido! Bravo malta!

Duarte Svalberg Souza – Músico

DIANA RODRIGUES (DJ): “A cena rock está muito bem preenchida com os Electron! Assim que me foi dado a conhecer esta sonoridade (WAKE UP ) apercebi-me que estaria a fruir um rock contundente, altamente recomendável. E pelo que pude constatar, andarão a trabalhar um álbum por terras de sua majestade. Uma sonoridade tecnicamente evoluída, pautada pelo Heavy Metal. Houve já quem escrevesse a propósito deste projeto, surgido numa espécie de tributo ao metal dos anos 80, travestido com uns poderosos riffs, os quais remetem para Sabbath ou Alter Bridge. Um Power Trio muito bem produzido a partir de “wake up” que, de facto, dá um boost de energia! Um excelente tema para iniciar uma semana de rotinas. O corpo rítmico assegura a fórmula herdada, condimentada pelo respiro melódico muito bem reinventado pela guitarra; uma combinação que nos oferece pedaços interessantes do que de melhor se fez neste estilo. Um metal poderoso com paisagens emocionantes. Uma adição inesperada, num tempo que se confunde muito facilmente a influência com a referência. Certo é que estava muito longe de saber que estes músicos são meus conterrâneos! Curiosa pelo que há-de vir, uma banda a seguir!” 

Diana Rodrigues

CARLOS RICHTER (compositor): “Estes jovens estão a crescer muito bem. Tenho acompanhado o percurso do Pedro Cabanelas e seus pares e estou maravilhado. Fico curioso por saber o que diria Anthony Frank “Tony” Iommi, que é de Birmingham (Inglaterra) e fundou a mítica banda heavy os Black Sabbath. No meu entender modesto e pouco abalizado para esta área devo dizer que isto é rock fulminante. Os Electron estão muito bem escudados na produção e na mentoria, Merecem. Desde os tempos dos Louzada que se perspetivava que isto podia acontecer. Na minha opinião este novo tema tem uma maturidade assinalável em construção e sobretudo no desempenho. No que diz respeito á construção ou composição, esta tem por base a sonoridade oldschool do metal nas suas variantes heavy e speed. Quanto ao desempenho nota-se uma execução instrumental e uma performance física que se aproximam de níveis altíssimos. Como diz o meu caro amigo Carvalheiras, “estes jovens vão dar cartas na cena musical, ai vão, vão”.

Carlos Richter – Musicólogo

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