Rogério Morais, presidente da União Desportiva de Lagoas, concedeu uma entrevista onde abordou a história do clube e os seus desafios em quase um século de vida. Inicialmente, apelidada como União Desportiva da Tapada pelas mãos dos funcionários e responsáveis da empresa. Em 1978, mudou-se o nome para o local do campo. Saiba mais sobre o clube mais antigo do concelho de Lousada.
A U. D. Lagoas nasceu em 1931 pelas mãos dos funcionários e dos responsáveis da Quinta da Tapada. Estes tiveram a iniciativa e criaram o campo para uso próprio e, por esse motivo, foi apelidado de União de Desportiva da Tapada.
O clube encontra-se fidelizado desde essa altura, porém, em 1978 trocou de nome e passou a chamar-se União Desportiva de Lagoas. Havia, cada vez mais, atletas oriundos de fora e então optou-se por mudar a designação para o local onde o campo se situava. “Um clube criado e dinamizado pelo pessoal da Quinta da Tapada começou a crescer e a vinda de novos jogadores originou a troca”, reforça.
A U. D. Lagoas é o clube mais antigo do concelho de Lousada. O espaço físico que aufere é o mesmo desde a data de fundação, 1931, e este é um dos temas que mais dores de cabeça tem dado aos responsáveis. Os terrenos não são da associação, visto que pertencem a outros proprietários e há muitos anos que esta tenta chegar a um acordo com os respetivos.
Há 15 anos o objetivo era sair daquele sítio porque chegou-se a um ponto em que as negociações estavam completamente fechadas e o clube não podia manter-se nas instalações. Ano após ano, adiaram o aumento do recinto desportivo e a situação parecia não ter retorno até que Rogério se tornou presidente e em conjunto com toda a direção decidiu continuar a negociar. “As nossas origens não se podiam perder e não fazia sentido mudar para um campo sem história”, conta.
À data da entrevista, o presidente afirmou que as negociações estavam conseguidas e encontram-se na fase da empreitada avançar. Para tal, o Município de Lousada foi primordial ao longo de todos os anos e também no fecho do acordo com os proprietários. A U. D. Lagoas poderá, finalmente, ter melhores instalações.

Na tomada de posse do presidente não foi apenas este objetivo delineado e, por conseguinte, conseguido. Através da requalificação do campo e dos balneários, saíram do futebol amador e entraram no futebol federado.
Rogério encontra-se no clube desde 1991 onde entrou como atleta e há 14 anos atrás após sentir certas dificuldades dos membros diretivos decidiu assumir o cargo de presidente. “Reparei na urgência de injetar sangue novo na direção”, reforça. Posto isto, reuniu pessoas da sua confiança para dar outra dinâmica.
Como referido, este é o clube mais antigo e com mais história do concelho de Lousada. Há 4 anos atrás foi distinguido pelo Município a nível da formação. “Orgulha-nos o título porque de veteranos e seniores conseguimos albergar todos os escalões de formação e também duas equipas femininas”, afirma acerca da transformação.
As dificuldades vão aparecendo e, segundo o próprio, o facto de clubes vizinhos apostarem também na formação e reunirem melhores condições faz com que vários atletas saiam. Assim sendo, a direção optou por suspender o escalão de juniores devido à falta de jogadores. Para mais, há dois anos suspenderam também o departamento feminino até possuírem novas condições que permitam às atletas treinarem e jogarem nas instalações.
Atualmente, albergam todos os escalões exceto os juniores. Jogar em pelado é sempre mais complicado e quem decide ficar é derivado ao afeto pelo clube. Os jogadores que permanecem sobem à equipa sénior e contribuem sempre.
“Quero enaltecer o trabalho da nossa primeira dama, Patrícia Cunha, e também do nosso coordenador, Rui Lopes, pelo trabalho formidável. Além disso, todos os treinadores que primam pelo exemplo”, afirma. Para a União Desportiva de Lagoas é importante criar um homem, além de um atleta. De acordo com o próprio, o clube dá o apoio necessário para que os miúdos desconectem das novas tecnologias ou de situações menos agradáveis, na medida em que estão ocupados com o compromisso de treinar.
“Ver que os miúdos incutiram os valores certos e sabem estar na sociedade é prazeroso. Aliás, é mais importante do que muitas vezes ver sair daqui um bom jogador”, declara. Contudo, o presidente realça que o trabalho tem de começar em casa e que o clube depois dá o suporte necessário aos pais.
A associação procura incutir os valores logo desde cedo nas crianças pois quando são mais velhas é mais difícil absorver. “O processo tem de ser feito de baixo senão é impossível sustentar o mesmo”, sublinha.
Neste sentido, os escalões com mais adesão são: os petizes, os traquinas e os benjamins. Existe uma procura muito grande nestas idades devido ao trabalho de êxito realizado no passado que permitiu espalhar a informação.
Ao longo da entrevista, Rogério enaltece várias vezes toda a estrutura que perante todas as dificuldades continuam no clube e a dar tudo. Para mais, menciona o Vereador do Desporto, Dr. António Augusto Silva, por todo o suporte.
As competições já iniciaram todas, à exceção dos petizes e traquinas que apenas iniciam em Novembro na Liga Carlos Alberto da Associação de Futebol do Porto. Os seniores encontram-se a disputar o Campeonato da 2º Distrital. “O nosso objetivo é disputar pelo melhor lugar na tabela de classificação, independentemente das dificuldades”, salienta.
Relativamente às dificuldades, o presidente refere a parte financeira. De acordo com o próprio, muitas vezes os patrocinadores querem ajudar e não conseguem com os valores que queriam. Para mais, as condições das instalações é também outra dificuldade pois trata-se de um campo pelado e em épocas de chuva é mais complicado.
Neste sentido, o objetivo do clube é passar de pelado para sintético. “O Município sabe deste desejo e já foi dito que o merecemos por mérito próprio e não porque todos o vão ter”, conta. Devido à entrave dos proprietários dos terrenos não foi possível, porém, agora está tudo resolvido e será para avançar.
As perspetivas de futuro passam por evoluir no número de atletas, sendo que neste momento albergam 110. Além disso, quando houver condições será retomado o futebol feminino. “O nosso foco é crescer mais e mais”, finaliza.
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