por | 30 Nov, 2022 | Associativismo, Sociedade

Grupo Recreativo Desportivo E Cultural De Santo Estêvão

Helena Sousa, a presidente, e Carlos Santos, o vice-presidente, concederam com toda a disponibilidade uma entrevista onde abordaram o recomeço do Grupo Recreativo Desportivo E Cultural de Santo Estêvão, após cinco anos encerrado. O amor ao clube e a vontade de unir a população da freguesia foram alguns dos motivos preponderantes para levar avante o projeto. Com mais de 40 anos de história, fique a par. 

Helena Sousa é natural de Santo Estêvão e pertenceu ao Grupo Recreativo Desportivo E Cultural De Santo Estêvão, na qualidade de atleta do futsal feminino. Por sua vez, Carlos Santos, é natural de Aveleda mas fez parte das duas anteriores direções do clube. 

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Este grupo nasceu a 10 de novembro de 1981 por treze fundadores, sendo que na passada semana comemoraram os 41 anos de existência com altos e baixos. Na época, o objetivo era formar um clube familiar onde a convivência fosse premissa chave, realizando vários torneios entre freguesias. 

Desde o início, que auferiu de diferentes modalidades como o futebol e o futsal. E, como referido, passou por períodos baixos, tendo em 2017 encerrado devido à inexistência de elementos para progredir na direção. Entretanto, a pandemia assolou o mundo todo e foi mais complicado retornar. Porém, este ano, no dia 15 de junho este voltou a estar em atividade com a modalidade de andebol pela primeira vez na história. 

O porquê de estes dois jovens adultos tomarem a iniciativa de retomar o clube? Segundo os próprios, a freguesia encontrava-se parada e consideraram ser a melhor altura para trazer novos ares à mesma. 

O andebol foi a aposta destes para, de certa forma, tirar o centralismo que há à volta do futebol. Todavia, o facto de o filho de Carlos já jogar andebol e o clube ao qual pertencia ter extinguido fez com que os miúdos viessem todos para o G. R. D. C de Santo Estêvão.

Atualmente, apenas possuem dois escalões mistos de andebol: sub12 e sub14 mas em janeiro do próximo ano pretendem constituir equipa de sub16, na medida em que já têm alguns atletas para a mesma. Estes encontram-se a treinar juntamente com os restantes, porém, não podem competir. O grupo tem treinos às terças-feiras e quintas-feiras das 19h às 20h no pavilhão desportivo de Santo Estêvão.

Equipa de andebol sub12
Andebol equipa sub-14

O clube dispõe de uma sede onde é realizada a exploração do bar e o campo de futebol com os respetivos balneários. O bar encontra-se a funcionar apenas 1 vez por mês, segundo sábado de cada, e é utilizado para criar alguma fonte de receita. Para mais, é um ponto de encontro dos sócios que se dirigem para conviver e passar um bom tempo. “A sede é de todos e só assim faz sentido”, reforçam. 

A partir do bar, dos donativos, dos patrocínios e dos sócios é que vem a fonte de receita do clube. 

“O grupo tinha cerca de 300 sócios, mas devido ao encerramento todos deixaram de pagar. Desde o dia 15 até ao dia de hoje temos angariado 132 sócios pagantes, dos quais  53 são renovações e 79 são novos”, contam. A direção optou por dar uma volta à freguesia toda para dar a conhecer o projeto e os novos elementos. Esta encontra-se a meio, logo, o desejo é que no final o número dobre. 

“Temos um protocolo assinado com as escolas de Idães e, em princípio, com as escolas de Lustosa”, salientam. O intuito é abranger mais entidades de formação escolar pois será benéfico para ambas as partes, na medida em que dão palestras sobre a importância da prática do desporto. 

Os sub12 começaram a competir no mês presente, os sub14 irão começar no mês de dezembro e, se possível, os sub16 no mês de janeiro. “Desde o primeiro dia, o nosso código de conduta é que as crianças se sintam felizes e confortáveis”, sublinham, evidenciando que o mais importante não é ganhar. O respeito, o fair-play, o ser amigo… são valores que incutem. 

Existem clubes interessados em alguns atletas, sobretudo, aos que foram chamados à Seleção de Braga. “Há olheiros e torna-se mais difícil segurá-los, mas o nosso objetivo é formá-los para que depois façam o próprio caminho”, afirmam.  

O clube dispõe de três treinadores com vasta experiência na modalidade. “A maioria das pessoas não possui uma noção real acerca do andebol”, declaram. Conforme os próprios, não existe rivalidade alguma dentro do campo e quem não conhece e vai ver um jogo pela 1º vez fica apaixonado dada a toda envolvência. 

Como é que se desmistifica este ponto na sociedade? Eis a questão que, de acordo com Helena e Carlos, é através da correta divulgação. Além disso, salientam que é necessário que os clubes tenham ajuda financeira porque só a força de vontade não chega. Neste sentido, agradecem o apoio da Câmara Municipal de Lousada, da União de Freguesias de Lustosa e Santo Estêvão de Barrosas, e das pessoas em particular. 

Quando questionados acerca de algum episódio, de imediato, relembram os eventos. “O nosso primeiro evento foi no dia 24 de julho e tratou-se de uma caminhada solidária, um ritual habitual do clube. Lançámos as folhas de inscrição em vários pontos da freguesia e, inicialmente, acreditávamos que só iam aderir cerca de 50 a 60 pessoas. Contudo, rapidamente esse número foi atingido e alargámos a expectativa para as 75 pessoas e, mais uma vez, esta foi ultrapassada. Chegado ao dia, com as 150 inscrições”, contam. 

Evento caminha solidária

Naturalmente, estas situações são um incentivo e dão o alento necessário à direção para que prossiga o trabalho. A equipa é composta por elementos de extrema importância que dão o seu contributo em todas as ocasiões. “Eu dou a cara, mas não mando sozinha”, refere Helena Sousa demonstrando a relevância de toda a estrutura. 

Relativamente às perspetivas de futuro, desejam que as pessoas entrem no espírito do andebol e que sejam mais e mais os atletas. Logo, quem desejar basta se dirigir aos dias e horas dos treinos (terças-feiras e quintas-feiras às 19 horas). Além do mais, num futuro próximo, desejam também abranger mais modalidades como o futsal. 

“A máquina está em funcionamento, por isso, agora é sempre a andar”, finalizam Helena e Carlos que, desde o começo, o objetivo de ambos passa por criar um grupo familiar.

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