A Associação Amigos do Regato nasceu pela vontade de um grupo antigo de amigos pienses a 11 de novembro de 2020. Esta, desde a primeira hora, preocupou-se na melhoria das condições de vida e no diálogo exigente e crítico de temáticas no âmbito da eficiência energética e utilização de recursos naturais. Fique a par da missão e benefícios desta entidade inovadora.
Sérgio Rocha, Presidente da Associação Amigos do Regato, com toda a amabilidade abordou este projeto diferenciado. Tudo começou no final do ano 2020 aquando da alteração da legislação no âmbito das comunidades de energias que passou a permitir a criação destas, sendo que num pequeno raio os consumidores e produtores podem encontrar-se e partilhar entre si energia.
O facto de o Presidente ser o CEO da Global Única fez com que surgisse a possibilidade de ser criada em Pias, freguesia do concelho de Lousada, uma comunidade energética. Assim sendo, um grupo de amigos de longa data deram voz ao projeto e, naturalmente, organizaram-se para estabelecer vários parâmetros.
Primeiramente, decidiram dar nome e formalizar o projeto. “Um dos recursos de grande valia e extrema importância é o Regato de Ponterrinhas em Pias, nascendo em Silvares e desaguando no Rio Sousa em Meinedo”, afirma, incitando a origem da designação da associação. Não existe um piense que não tenha uma história com o Regato e, posto isto, este como recurso natural passou a ser a mascote.
Este grupo de amigos, a maioria pienses, deram então o nome à associação e constituíram-na. Posteriormente, começaram a delinear o 1º plano de atividades que foi executado no ano vigente, sendo que o mesmo albergou dois eixos fundamentais: a comunidade de energia renovável e a parceria com associações/entidades locais.
De seguida, surgiu a necessidade de possuírem uma sede. Assim sendo, também constatou no plano de atividades a reabilitação de uma adega existente no Centro Paroquial de Pias. “A Associação Amigos do Regato agradece a estreita colaboração com o Padre Paulo Godinho que, desde o primeiro momento, nos auxiliou em tudo”, sublinha.

A sede foi inaugurada no passado dia 20 de novembro de 2022, marcando presença vários órgãos da autarquia. Esta está aberta à sexta-feira à noite e ao domingo de manhã, na medida em que os cidadãos podem dirigir-se e usufruir do serviço administrativo e de consultadoria energética.

O ano de 2021 foi, exclusivamente, dedicado à preparação do plano de atividades de 2022 e também à regularização dos estatutos. A Associação Amigos do Regato deteve um grande desafio junto do Registo Nacional de Pessoas Coletivas, uma vez que se trata de um projeto com um objeto novo em que a entidade não estava habituada. “Obrigou-nos a ter um adicional de estratégia”, reforça.
A atuação passa só por Pias, porém, preveem alargar a área de atividade em parceria com o Município de Lousada e, ainda, com o apadrinhamento de outras comunidades que possam vir a surgir. “Pode haver situações muito pontuais de intervenções noutras zonas, mas ficará na mão dos associados pois quanto maior o raio, menor os benefícios para estes”, explica.
A nível de benefícios, os associados passam a adquirir energia elétrica mais barata que no mercado cerca de 30 a 40%, além de usufruírem de energia elétrica de fontes totalmente renováveis produzidas localmente. Existem duas vertentes: associar-se como produtor para que a associação compre e distribua por quem não produz ou associar-se para comprar energia diretamente à associação.
A associação pretende tornar Pias completamente autónoma a nível de energias, bem como fazer com que a população e as entidades se preocupem com o ambiente e a economia circular, ao mesmo tempo, que poupam dinheiro. “Olhar para os dois mundos e conseguir uma sinergia”, salienta.
Relativamente ao plano anual de atividades de 2022, a associação reativou um regadio em Pias que permitiu que os agricultores pudessem utilizar a água deste para regar as suas plantações. Para mais, apoiou entidades públicas locais e associações na formulação das suas políticas energéticas e ambientais. “Os contactos já foram efetuados e encontram-se junto da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, bem como podem-se alargar ao parque escolar”, declara.
“Os edifícios públicos e associações por defeito, nas freguesias mais rurais, significam os grandes centros de consumo de energia. E, por tal facto, são por norma os sítios certos para que possamos produzir energia. Com o município, por exemplo, estamos a alavancar o projeto do pavilhão municipal sendo que este consome muita energia”, conta.
Além do apoio, a Associação Amigos do Regato assegurou a conjugação e coordenação de esforços em vários organismos públicos e privados como na Associação Os Pienses e na Associação Recreativa e Cultural de Pias.
Neste momento, a associação encontra-se a preparar o plano anual de atividades de 2023 e preveem continuar no mesmo seguimento de 2022. Com a energia partilhada pretendem criar alguns fundos para a associação, permitindo a colaboração com entidades de Pias como a paróquia, as associações desportivas, entre outras, de forma a aplicarem políticas de redução de consumo de energia elétrica e produção de energia renováveis.
Para mais, possuem outros anseios como cuidar da floresta de Pias que apresenta cerca de 50 hectares e, ainda, avançar com centros electroprodutores na zona industrial de Pias para dar apoio às empresas. E, também, reativar mais um regadio localizado na zona Norte da freguesia.
“A nível nacional a Associação Amigos do Regato é das primeiras comunidades de energia a surgir, logo, garantidamente trata-se de um projeto inovador”, finaliza Sérgio Rocha com a certeza de um futuro risonho para a mesma.
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