Maria Sousa Neto, de 17 anos, foi chamada para a Seleção Nacional de Futebol Feminino Sub18. No passado dia 10 de janeiro realizou a sua primeira internacionalização contra a Finlândia na Cidade do Futebol em Lisboa. O estudo e a bola são as suas grandes ocupações, porém, é a jogar profissionalmente que vê o seu futuro. Residente em Cristelos, sabia mais sobre as suas motivações.
Maria concedeu uma entrevista onde abordou o seu percurso desportivo. “Nunca gostei de estar parada”, principia. Tal facto encaminhou-a a decidir enveredar no desporto para distrair-se, na medida em que afere a noção da sua importância a nível físico e mental.
“Eu comecei no basquetebol e no hóquei, com 11 anos de idade”, afirma. Ao contrário do que muitos possam pensar, a jovem lousadense não iniciou o seu trajeto no mundo do futebol.
Após observar os seus colegas a jogar à bola, suscitou-lhe a curiosidade. Contudo, essa não foi a única razão para deixar as outras práticas e enveredar num campo diferente. “Recebi um convite de uma amiga minha que jogava no Futebol Clube de Romariz”, completa. Assim sendo, não hesitou e rumou a este com 12 anos de idade.
A Lousadense manteve-se no F. C. Romariz durante 5 épocas e considera que evoluiu muito a vários aspetos, declarando-o como um período de plena aprendizagem. Entretanto, acabou por sair, mas agradece ao clube na qual deu os primeiros toques.
Maria recebeu uma proposta de um treinador antigo que já havia passado no F. C. Romariz e, na época, desempenhava funções no Länk FC Vilaverdense. Após ouvir atentamente o convite e em conjunto com os pais, dirigiu-se para este onde continua até hoje.
Em 2021, aquando da proposta, os progenitores ficaram apreensivos por ser um clube mais longe e também derivado à escola, mas apoiaram-na. A lousadense encontra-se no 11º ano de escolaridade e concilia, com esforço e resiliência, o estudo e o futebol.
“Inicialmente, foi um bocado complicado para me habituar à rotina de chegar tarde a casa”, sublinha. A jovem treina 4 vezes por semana e, ainda, joga 2 vezes ao fim-de-semana pois representa dois escalões: B e sub19. Em relação aos treinos, têm a duração de 1 hora e 30 minutos e fá-los na equipa B.
Questionada quanto à importância que o futebol exerce na sua vida, de imediato, refere que não imagina-se a fazer outro desporto. Aliás, segundo a própria, não existe comparação com os restantes que já praticou. Neste mundo, as suas referências são a Jéssica Silva e a Francisca Nazareth.
Ao longo do seu trajeto apenas recebeu um troféu individual de assistências num torneio, enquanto representava o F. C. Romariz. Para a lousadense os prémios de equipa são mais importantes, apesar de considerar que um prémio individual é também de equipa pois é ganho graças a toda a estrutura envolvente: colegas e equipa técnica.
“Recebi a chamada no dia 16 de dezembro de 2022”, declara acerca da sua 1º internacionalização pela Seleção Nacional de Futebol Feminino Sub18. Conforme a própria, a sua primeira reação foi de surpresa pois não contava ser chamada tão cedo, apesar de ter noção que foi merecido derivado ao esforço e dedicação que emprega em todos os treinos e jogos.
A felicidade tomou conta de Maria, bem como de todos à sua volta. A sua primeira internacionalização ocorreu na Cidade do Futebol em Lisboa no dia 10 e, posteriormente, no dia 12 de janeiro. “Houve 2 momentos contra a Finlândia”, conta. Num ganharam 1-0 e a lousadense entrou aos 65 minutos de jogo e noutro perderam 2-1 onde foi titular.
“Foi uma experiência e sensação única. Aliás, carregar o símbolo ao peito é uma grande responsabilidade”, refere acerca do seu sonho. A jovem, na sua perceção, considera que correu bem e deseja ansiosamente que este momento se volte a repetir.
“Agora é estágio mês a mês”, sublinha. Segundo Maria, várias pessoas vão estar atentas aos jogos e também ao feedback dos treinadores para a próxima chamada. Esta ambiciona continuar a escrever, até então, a página mais bonita da sua carreira desportiva.
O mais difícil, desde que rumou para o Länk FC Vilaverdense foi conseguir conciliar todos os horários, desde a escola ao futebol. “É difícil e cansativo, mas tudo vale a pena”, conta a atleta empenhada que quer sempre mais.
Maria Neto ambiciona ser futebolista profissional e é defensora que neste mundo também existe espaço para as mulheres, apesar de haver injustiças em certos níveis. “Contra tudo e todos, o futebol é e será a minha prioridade”, finaliza.

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