O ilustre António Pinto de Mesquita Carvalho de Magalhães, assim era o seu nome completo, viu a luz do dia em 21 de Novembro de 1860, em Baião, mas muito novo foi viver para a Casa de Vila Verde, em Caíde de Rei (Lousada), que herdou dos seus pais, Dr. Simeão Pinto de Mesquita e D. Margarida Balbina de Araújo Borges Pinto da Fonseca.
Frequentou a universidade de Coimbra, obtendo sempre elevadas classificações. Iniciou a carreira de advogado na Vila de Lousada, onde constituiu família. Em 1887, com 27 anos, transferiu o seu escritório para o Porto.
Cidadão na mais alta aceção da palavra, quer pela sua notável envergadura moral, quer pela amplitude cultural e patriotismo, entrou nos mais discutidos processos que tinham palco na capital do norte, em que a sua figura inolvidável, se impunha pelo seu impecável porte e já aludido talento.
Foram impressos mais de 70 dos seus trabalhos forense, sendo dignas de realce as notáveis alegações em agravos de injusta pronuncia interpostos pelo conselheiro João Franco, de quem foi defensor nos processos-crimes em que aquele antigo ministro se viu envolvido, quando da proclamação da República.
Carácter integro, a sua colaboração jurídica aliada à sua reconhecida autoridade em matéria de Direito, valeu-lhe, ser convidado pelo então ministro da Justiça, Dr. Lopes da Fonseca para redigir um projeto de diploma destinado a definir legislativamente grandes divergências de jurisprudência, quanto à interpretação de vários artigos do Código Civil. Foi ainda autor do primeiro Regulamento da Zona Demarcada dos Vinhos verdes.
Em 1939 entrou para a Ordem dos Advogados, onde esteve no primeiro conselho-geral e mais tarde foi honrado com o título de advogado honorário.
Afastado temporariamente da vida política, nem por isso o seu interesse ofuscou, intervindo destacadamente quer em comícios, quer na imprensa, bem como na redação de representações dos mais importantes casos que apaixonavam a vida portuense pela sua capital transcendência, nomeadamente a famosa questão de Calmon.
Em 1903 reingressou de novo na política, seguindo a par e passo o movimento de João Franco, de quem era especial amigo. Foi vereador da Câmara no Porto, de Janeiro de 1890 a Dezembro de 1892 e exerceu o cargo de Governador Civil do Porto, durante a situação franquista, de Dezembro de 1906 a Agosto de 1907.
Faleceu a 27 de Abril de 1953, no Porto, e foi sepultado no cemitério de Caíde de Rei.
* Rua que liga a Praça Sá Carneiro à Rua de Santo António pelo lado poente do edifício dos Paços do Concelho de Lousada.
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