A inteligência artificial (IA) tem evoluído rapidamente nos últimos anos, permitindo que as máquinas aprendam e se moldem ao ser humano. O ChatGPT (Chat Generative Pre-Trained Transformer) é um exemplo de como a IA pode ser utilizada para criar um sistema de conversação, capaz de compreender e responder perguntas em linguagem natural. Para o uso desta tecnologia, é importante estar ciente dos seus riscos e benefícios.
Um dos principais riscos associados ao ChatGPT é a possibilidade de que as respostas fornecidas pelo sistema sejam tendenciosas ou imprecisas. Como o ChatGPT baseia-se em grandes quantidades de dados, esta ferramenta pode enviesar a informação contida nas respostas do ChatGPT. Estes enviesamentos podem levar a respostas que não são apenas erradas, mas também prejudiciais, especialmente quando se trata de questões sensíveis como saúde, justiça ou política, pois podem levar a tomada de decisões erróneas.
Por outro lado, os benefícios do ChatGPT são inegáveis e imensuráveis. Tem a capacidade de fornecer respostas rápidas e precisas para perguntas transversais a todas as áreas, desde informações básicas até questões mais complexas. Além disso, pode ajudar a aumentar a eficiência em vários setores, como o atendimento ao cliente, a educação, a justiça, a saúde e entre outros setores.
É claro que esta ferramenta é útil, no sentido em que agrega uma grande quantidade de informação e responde rapidamente a questões. Para além disso, é uma ferramenta de uso amigável. Por exemplo, perguntamos ao ChatGPT sobre os objetivos que tem para si mesmo (Figura 1). E logo percebemos que a sua utilização é simples, prática e eficaz.
A sua utilização deve ser usada de forma segura e responsável, e é importante que existam regulamentações e legislações aplicáveis para orientar o seu desenvolvimento e utilização. Países como os Estados Unidos e a União Europeia já estão a considerar regulamentações para sistemas de IA, incluindo ChatBots como o ChatGPT.
Em Portugal existe legislação específica que aborda a privacidade e proteção de dados pessoais, que se aplica a tecnologias como o ChatGPT. No ordenamento jurídico português é a Lei de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 58/2019), que foi implementada em resposta às exigências do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia. Contudo, até ao momento, não existe legislação específica que trate exclusivamente destas tecnologias, embora tenham sido promovidas conferências e seminários, por parte de Instituições Académicas e Organizações relacionadas, no sentido de discutir estas matérias.
Na minha opinião, o ChatGPT é apenas uma ferramenta, e como tal, depende de como é utilizada. Se a sua utilização for realizada de forma ética e responsável, pode ser uma grande ajuda para a sociedade, sendo importante referir que é limitada quanto à sua compreensão e capacidade de resposta, não devendo ser usada como um substituto de interações humanas.
Em suma, o ChatGPT é uma tecnologia emocionante que tem o potencial de melhorar muitos aspetos sociais, económicos, políticos, promovendo a partilha de conhecimento rápida e precisa, transversal a todos os seres humanos, podendo ser aplicada a diversas áreas de atuação nas respetivas Organizações. Mas, mais uma vez, é importante garantir a existência de legislações adequadas para regulamentar o seu uso. O ChatGPT é uma ferramenta poderosa, mas é nossa responsabilidade saber usá-la de forma consciente e responsável.
Sofia Nair Barbosa
Auditora Financeira

ChatGPT – O que devemos saber

Comentários