Depois de percorridos quatro quilómetros e 800 metros, a equipa número um regressa, finalmente, ao local de partida. É a primeira a chegar. Passaram quatro horas desde que o grupo, composto por 12 elementos, abandonou o Parque Urbano Dr. Mário Fonseca, para participar no “peddy-paper” proposto pelo Comité de Organização Interparoquial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
A atividade é direcionada a todos os jovens das paróquias de Boim, Cristelos, Pias e Silvares que já estão inscritos ou que têm interesse em participar na JMJ 2023, em Lisboa. No final, Inês Sousa, uma das participantes, está visivelmente feliz. “O peddy-paper foi muito bom”, diz. No entanto, entre risos, atira: “pensei que fosse mais fácil, sinceramente, e que não tívessemos de andar tanto. Foi exigente”.
A jovem Inês tem 16 anos, pertence à paróquia de Boim, e já está inscrita na JMJ. Confessa ter o “incentivo dos pais” e está convencida de que o encontro com o Papa será “uma oportunidade e uma mais-valia”. Igualmente decidido a ir a Lisboa está Bruno Pedrosa, de Silvares. “Penso que será uma experiência interessante que tenho oportunidade de viver aqui em Portugal”, esclarece. A três meses do grande encontro mundial de jovens, o padre Paulo Godinho aponta para um universo de 100 inscritos no conjunto das quatro paróquias, entre os 14 e os 30 anos. “Um bom número”, assegura.
Há, apesar de tudo, quem tenha percorrido praticamente toda a vila de Lousada, por conta deste “peddy-paper” frenético, sem estar inscrito na JMJ e sem manifestar, para já, vontade em fazê-lo. É o caso de Marta Nunes e Ângela Morais, ambas de Cristelos. As jovens, do 8.º e 9.º ano de catequese, respetivamente, alegam que “é muito longe e muito tempo fora de casa”. Ainda assim, dizem ter gostado de participar no “peddy-paper”, tendo sido uma forma “diferente” de marcar o reinício da catequese depois da Páscoa.
No total, segundo a organização, esta iniciativa, dinamizada no passado sábado dia 22 de abril, envolveu mais de 110 participantes, com catequistas incluídas, divididos por oito equipas. O percurso traçado compreendeu oito paragens obrigatórias – Escola da Boavista, Hospital, Auditório Municipal, Capela do Loureto, Bombeiros, GNR, Escola Secundária, Parque de Pias – e muitos desafios a cumprir.
Para descobrir as paragens, os jovens recebiam uma folha com pistas e perguntas. Algumas questões estavam diretamente relacionadas com o percurso, outras eram sobre história e havia ainda perguntas sobre a JMJ. Da Escola da Boavista ao Hospital de Lousada, por exemplo, os jovens tinham de atravessar a Rua Dr. Mário Fonseca, seguindo depois pela Travessa Major Arrochela Lobo, se quissessem responder acertadamente a seis das 11 perguntas. No guião, era ainda pedido aos participantes que indicassem dois países que receberam duas vezes a JMJ e uma curiosidade sobre a JMJ no Brasil.
Uma vez nos lugares, os jovens eram convidados a conhecer mais sobre a vida de um dos patronos da JMJ e a responder a um desafio. A JMJ Lisboa 2023 conta com 13 patronos. Sobre a Beata Maria Clara do Menino Jesus, por exemplo, estava escrito que “ficou órfã aos 14 anos e, desejando a vida religiosa consagrada a Deus e ao serviço dos pobres, recolheu-se junto das Irmãs Capuchinhas, em 1867”.
Segundo José Luís Freire, membro do Comité de Organização Interparoquial da JMJ, o balanço do “peddy-paper” é “positivo”. E acrescenta: “foram atingidos os objetivos, as equipas integravam pessoas das diferentes paróquias e, se no início, alguns jovens exitaram, depois revelaram satisfação pela participação”.
Para o futuro, José Luís Freire adianta que o Comité do qual faz parte tem já previstas outras iniciativas, nomeadamente uma caminhada a nível interparoquial, em data a definir, e uma “Color Run”, no dia 22 de julho. Recorde-se que a JMJ 2023 cumpre-se de 1 a 6 de agosto. Durante a semana, a capital portuguesa deve receber cerca de um milhão de peregrinos de todo o mundo.
PEDDY-PAPER EM NÚMEROS:
+110 PARTICIPANTES
8 EQUIPAS
8 PONTOS DE PARAGEM
82 PERGUNTAS
4.8 QUILÓMETROS PERCORRIDOS
20 VOLUNTÁRIOS ENVOLVIDOS NA PREPARAÇÃO





Reportagem elaborada por Beatriz Ribeiro Leite, a quem agradecemos a cortesia.
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