Joaquim Teixeira, de 57 anos, concedeu uma entrevista na qualidade de Presidente da Associação Cultural e Recreativa do Rancho Folclórico S. Pedro de Caíde de Rei. Esta surgiu de maneira ocasional e a sua fundação é datada a 8 de dezembro de 2002. Com mais de 20 anos de história, encontram-se com dificuldades em arranjar elementos do género masculino. Conheça melhor esta associação que mantém vivas as tradições dos nossos antepassados.
A Associação Cultural e Recreativa do Rancho Folclórico S. Pedro de Caíde de Rei foi criada por mero acaso, na medida em que a ideia surgiu aquando dos ensaios para o S. Pedro. Na altura, algum elemento afirmou: “vamos aproveitar este trabalho e fundar um rancho”. Deu-se o cortejo e, após 2 semanas, a afirmação citada foi relembrada.
Posto isto, todos os membros do cortejo decidiram iniciar a associação. No entanto, mais indivíduos juntaram-se para concretizar a ideia. A 8 de dezembro de 2002 foi apresentada à freguesia e, a partir de então, o trabalho nunca parou.
O nascido e criado em Caíde de Rei, Joaquim Teixeira, não esteve incluído na fundação. “Fui convidado em 2004 para integrar o rancho”, sublinha. Após a sua entrada, houve uma reunião com o intuito de formar direção. Assim sendo, assumiu o cargo de Presidente da Assembleia.
Segundo o próprio, o rancho não estava a ser eficiente nas diversas tarefas e aquando da sua entrada começou a trabalhar de forma a melhorá-lo. Naturalmente, em conjunto com os restantes elementos diretivos.
Corria o ano de 2007 quando pensaram em pertencer aos quadros da Federação do Folclore Português. Desde então, tornaram-se sócios aderentes da mesma e trabalharam rumo à federação que acabou por se concretizar a 10 de maio de 2010.
O rancho continuou o seu caminho e, Joaquim, decidiu sair pois já tinha cumprido a sua verdadeira missão: ajudar a alavancar a associação. Colaborou, deu o contributo … em prol do objetivo de entrar na FFP. Dada esta concretização e a sua atividade profissional exigente, deixou a associação.
Contudo, o amor move tudo. Após 7 anos fora, em 2017, voltaram-no a convidar para integrar novamente a associação. No ano de 2018, houve eleições e o lousadense foi eleito como Presidente, onde se mantém até ao dia de hoje. “O mandato é bienal e era para ocorrer eleições em março de 2020, mas devido à pandemia não houve”, conta.
Como referido, Joaquim aceitou o convite pois a sua presença estava a ser precisa e, além do mais, o carinho ao folclore e à freguesia foram os responsáveis por voltar ao rancho. “Não queria que a associação perdesse um estatuto de grande valor”, salienta.
A associação encontra-se sediada na antiga Escola Primária de Pereiras, desde 2013. Todavia, passou por vários locais até se estabelecer definitivamente. Esta começou na antiga Escola de Caíde, porém, os pavilhões estavam a ser destruídos e mudou-se para os Bombeiros de Caíde de Rei. Posteriormente, existia uma quinta que estava abandonada e os elementos diretivos pediram ao proprietário para ceder o beiral desta. Após 4 anos, foi para o Cais Cultural de Caíde de Rei, onde se manteve durante 4 anos. Entretanto, a Câmara Municipal de Lousada fez o Centro Escolar e as antigas escolas ficaram vagas. “Posto isto, a autarquia decidiu entregar os espaços vagos às associações, com todas as despesas a cargo das mesmas”, explica.
Existe, todos os anos, o Plano Anual de Atividades que inclui feiras à moda antiga, desfolhada, magusto, sementeira do linho e do centeio … Naturalmente, este foi delineado no final de 2022. Todavia, podem surgir novos eventos e atividades a convite.
Sempre que ocorrem as Festas em Caíde de Rei marcam presença. Para mais, todos os anos realizavam um festival totalmente organizado pela associação, datado no 2º fim-de-semana de julho, independentemente do dia. Contudo, desde 2020, este não é feito e só será retomado no próximo ano pois neste ano ainda não estão reunidas as condições para que tal aconteça.
A associação convida outras culturas folclóricas para visitar a freguesia e o concelho. “Trazemos grupos do mesmo género e temos a preocupação e consideração de todos os anos variar a escolha das mesmas”, conta. O propósito é convidar ranchos de várias zonas diferentes do país.
Questionado sobre as maiores dificuldades, de imediato, refere que trata-se de arranjar elementos masculinos para integrar o grupo seja a dançar como a tocar. Atualmente, pertencem 25 elementos à associação e 90% destes são mulheres. Conforme o próprio, não é fácil colmatar este problema mas pede ajuda a todos os lousadenses para que a associação perdure. A faixa etária mais incidente é dos 50 anos de idade para cima.
Joaquim declara que a importância da associação para o concelho é de elevado valor devido a várias razões: pelo que são, pelo que fazem, pelo que mostram. Neste sentido, apela que os habitantes de Caíde de Rei se unam e ajudem e, aliás, todos os lousadenses, pois a associação abrange todas as freguesias.
“As nossas perspetivas de futuro é que apareça, principalmente, elementos masculinos mas não só”, finaliza Joaquim Teixeira bastante ciente que o trabalho da associação irá progredir por bons e largos anos.

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