Agostinho Magalhães, de 56 anos, concedeu uma entrevista na qualidade de Presidente e Sócio Fundador nº 1 da Associação de Desenvolvimento e Apoio Social de Meinedo. Fundada em 1999, sendo que em 2000 foi creditada como IPSS. São vários os projetos que estão envolvidos e, em paralelo, os sonhos. Saiba mais sobre esta associação de cariz social.
“Surgiu em 1999, por um grupo de pessoas, devido à necessidade de trabalhar no âmbito social na freguesia de Meinedo”, principia. Na época, não existia nenhuma associação direcionada neste sentido e, posto isto, a vontade de certos indivíduos foi concretizada. O intuito, desde o primeiro dia, foi pedir a sua acreditação como IPSS e em 2000 foi deliberado pela Segurança Social.
A partir de então, constituiu-se uma direção que trabalha em prol do concelho e da freguesia no âmbito social. Se, inicialmente, os estatutos referiam a parte social, atualmente, mantêm a parte social e em paralelo também direcionam-se no âmbito do emprego, ou seja, da inserção e formação para desempregados.
“Em 2005 fizemos uma candidatura à UNIVA – Unidade da Inserção da Vida Ativa – e, desde então, trabalhamos com esta que mudou de nome para GIP – Gabinetes de Inserção Profissional”, conta. Portanto, também trabalham na área do emprego em colaboração com o Instituto de Emprego e com o Município de Lousada.
Inicialmente, a ADASM começou por trabalhar em registo de ATL graças ao projeto intitulado “Ser Criança”, liderado pela Câmara Municipal de Lousada. A parceria continuou aquando do reconhecimento como IPSS e, em 2004, fizeram um acordo com a Segurança Social para receberem apoios no âmbito do ATL.
Esta foi a primeira dinâmica da associação que terminou em 2014 pois a aderência começou a diminuir devido às atividades extracurriculares. Segundo o próprio, o projeto dos 6 aos 12 anos de idade deixou de fazer sentido e acabou.
A missão da ADASM é trabalhar para e com as pessoas, sobretudo, trabalhar para os mais carenciados e necessitados – aqueles que a nível económico estão mais desfavorecidos e, ainda, aqueles que não têm estrutura/retaguarda familiar. Neste sentido, surge a principal valência da associação – serviço de apoio domiciliário. Através de acordos com a Segurança Social, dirigem-se a casa das pessoas e realizam certos tratamentos: higiene pessoal, higiene da habitação, tratamento da roupa, alimentação e socialização. “Temos 40 utentes e uma lista de espera de mais de 10 pessoas”, sublinha.
Este último tratamento, a socialização, deriva do facto de muitas pessoas estarem sozinhas e não puderem sair de casa. Posto isto, nasceu outro projeto – em paralelo ao serviço de apoio domiciliário – que se intitula: “Elos de bons tratos – Apadrinhar idosos”. Neste, a associação possui um grupo de voluntários acompanhados pela técnica.
Além deste, a associação tem um centro de convívio que está integrado na rede social do Movimento Sénior do concelho. O projeto funciona desde 2008 e é direcionado a idosos mais independentes, sendo que estão inscritos 30 utentes e no momento da inscrição a técnica realiza uma avaliação. De acordo com o próprio, funciona 3 vezes por semana e são feitas várias atividades como o boccia, ginástica e música.
No seguimento deste projeto, o objetivo da ADASM é transformar em centro de dia. Contudo, é uma perspetiva de futuro pois exige que sejam feitas várias obras na sede. A sede é o Complexo Social Magnetense.
“Fazemos parte da FEAC que é uma parceria que temos com outras IPSS do concelho, funcionando como apoio alimentar à população mais carenciada”, salienta. O Município de Lousada e Segurança Social encaminham utentes que necessitam da freguesia e a associação realiza a distribuição alimentar de bens que o Banco Alimentar envia. Esta é feita durante todo o ano, cerca de 1 a 2 vezes por mês.
Existem outros projetos, porém, são pontuais. Naturalmente, para dar andamento e apoio a estes projetos a ADASM possui 6 viaturas próprias e conta com 13 pessoas, sendo: 3 técnicos superiores, 1 administrativa e 9 funcionários. Para mais, têm 7 voluntários que colaboram em algumas atividades.
Quanto aos desafios e dificuldades, o Presidente refere a época da construção das infraestruturas. “Começamos em 2012, em plena crise financeira, e terminamos em 2015”, salienta. Durante este período, foram várias as pessoas que questionaram a coragem para avançarem com o projeto devido às condições do país.
Quando as instalações ficaram construídas, os serviços começaram a fluir melhor e também conseguiram estabilizar financeiramente a instituição que, hoje em dia, não tem dívidas.
O Centro de Dia, mencionado anteriormente, é uma perspectiva de futuro. Contudo, existe uma ainda mais concreta: “temos um projeto aprovado desde 2020 no âmbito do PARES 2 para a Escola de Sub-Ribas que trata–se da remodelação e construção de uma creche para 42 utentes”. Foi lançado pela segunda vez o concurso público no valor de 650 mil euros e, desta vez, ao contrário da primeira vai ser adjudicada a obra que deverá ter início em meados de julho.
“O nosso sonho é criar uma residencial para idosos e, sinceramente, pode tornar-se realidade pois já temos alguns parceiros em vista”, finaliza Agostinho Magalhães.

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