João Henrique: o motor do projeto JP Rally

Provavelmente muitos já conhecem este projeto – JP Rally – mas desconhecem (certamente) a origem de tudo. Bem, às vezes o melhor nem sempre está planeado. Em 2016, João Henrique e Nélson Pereira, decidiram colocar uma webcam para assistirem à vinda de alguns dos melhores pilotos do mundo à Pista da Costilha. Tudo começou aqui e, hoje, são várias as iniciativas e conteúdos que disponibilizam.

João Henrique, de 33 anos, o motor do projeto – JP Rally – concedeu uma entrevista onde abordou alguns aspetos deste “mero acaso”. Vá, mas o mero acaso apenas surgiu derivado à grande paixão que o lousadense possui pelo desporto motorizado. “Desde miúdo que vivo perto do circuito e sempre acompanhei”, principia.

O Concelho de Lousada, numa altura, deixou de receber as provas do Campeonato Europeu de Rallycross que passaram a ser realizadas em Montalegre. No entanto, em 2016 – ano do começo do projeto – a Pista da Costilha recebeu alguns dos melhores pilotos do mundo que vieram testar os carros antes de prosseguirem para Montalegre.

João soube da vinda, mas estava a trabalhar e não conseguia ir assistir. Dado isto, em conjunto com Nélson Pereira, como vivia junto ao circuito teve a ideia de colocar uma webcam e criar um canal de youtube. Esta ideia era apenas para ambos terem acesso e jamais pensaram que poderia tornar-se em algo mais sério até se dirigirem, um dia, à pista e ouvirem miúdos e graúdos a comentar que viam os treinos através de um canal “JP Rally”.

“Inicialmente, não tive noção do impacto e foi a ouvir aquela gente que me apercebi”, afirma. Os dois amigos decidiram avançar com o projeto e um dos principais objetivos deste é fazer com que Lousada aposte mais neste desporto que, de acordo com o próprio, é a “bandeira do concelho” e também dinamizá-lo para que a Pista da Costilha volte a acolher provas internacionais (WRX).

O arranque foi através das livestreams e, hoje, são várias as iniciativas em que se envolveram e se vêm envolvidos. Criaram a primeira revista de Rallycross no Campeonato Nacional de Ralicross e, ainda, inauguram um Podcast que perdura até hoje com a presença de pilotos e mecânicos. No ano transato, iniciaram a produção do Piston de Ataque que é do género dos programas de futebol que dão após cada jornada, ou seja, no final das provas comenta-se e analisa-se as penalizações. “Convidamos sempre dois elementos que sejam fãs do Rallycross e, sobretudo, imparciais pois a nossa finalidade é tornar as coisas mais regulares e iguais para todos os pilotos”. Estas atividades têm grande adesão e, sem dúvida, encaminham o Rallycross para um melhor caminho – reconhecimento.

No presente ano, lançaram uma caderneta de cromos que foi além das expectativas. “Teve uma enorme saída que, garantidamente, iremos repetir em 2024”, sublinha. Além disso, criaram em parceria com a Moura Laser o Troféu Best Driver Of The Weekend que, no final de cada prova, reúne-se alguns membros do júri eleitos previamente e debatem a qual piloto será entregue. Esta é uma ideia que o projeto – JP Rally – espera que a federação utilize pois é uma atitude de reconhecimento que todos apreciam.

As livestreams das provas do Campeonato Nacional deixaram de ser realizadas, na medida em que o novo promotor deste contratou uma empresa de livestreams. “Deixamos de fazer e, inclusive, já fui convidado para comentar algumas livestreams deles”, declara. Neste sentido, o foco deixou de ser este e passou para as iniciativas e conteúdos.

Contudo, as livestreams continuam. “Fizemos a cobertura do Penafiel Racing Fest e quando existe uma prova aqui ou acolá de perícia tentamos marcar presença e filmar”, refere. Ademais, por norma, no final do ano existe um encontro de pilotos e o JP Rally irá realizar as filmagens do evento.

A equipa, inicialmente, era constituída por João Henrique e Nélson Pereira. Mais tarde, em 2018, entrou Daniel Couto e, mais recentemente, José Nogueira e Gonçalo Novais. Este último, respetivamente, recebeu um convite e “é o jornalista que mais percebe de Rally em Portugal”.

No início surgiram alguns desafios que, de acordo com o lousadense, tratou-se de dúvidas e receios internos, pois ideias não faltavam. “Não sabíamos se ia funcionar e, sem dúvida, fomos alimentados pelos incentivos das pessoas”, salienta. Correu tudo bem e, cada vez mais, existe maior adesão às iniciativas e todo o público-alvo acompanha de perto o projeto.

O projeto está a ter um impacto muito positivo e, segundo João, a “prova” é que várias iniciativas/conteúdos acabaram por servir de modelo para outras entidades como as livestreams e o troféu. No seguimento, agradece a uma série de pessoas e entidades: a equipa que o acompanha, a todos que seguem dia após dia o projeto, aos parceiros, entre outros.

“O projeto JP Rally pretende continuar a crescer através das iniciativas inovadoras, porém, que seja um crescimento paulatino com os devidos alicerces”, remata João Henrique que, desde o começo, deseja retirar o melhor que existe no Rallycross.

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