ANÁLISE AOS SERVIÇOS PÚBLICOS EM LOUSADA (IV)
Motorizadas de carteiros estacionadas no passeio, contentores de revistas, catálogos e folhetos a barrar a passagem de pessoas, estacionamento escasso, excesso de serviços e falta de funcionários, estes são alguns dos problemas dos CTT de Lousada. No que se refere à fluidez e celeridade da entrega da correspondência parece que melhorou, depois da forte contestação no ano anterior.
Terminamos nesta edição a análise ao estado dos serviços públicos nacionais em Lousada a que O Louzadense se propôs. Depois das reportagens sobre a Repartição de Finanças, a Conservatória do Registo (Civil, Comercial e Predial) e a Segurança Social, terminamos com a abordagem aos CTT, um dos mais importantes e mais antigos serviços em Portugal, que embora privatizado, continua a ser um serviço vital prestado ao público. A privatização dos Correios de Portugal, pelo XIX Governo Constitucional de Portugal, chefiado por Pedro Passos Coelho, foi bastante contestada e ainda hoje são muitas as vozes sonantes que alegam que devia voltar à tutela do Estado.
Também nesta entidade encontramos um denominador comum a todas as outras que abordamos até aqui: difícil ou impossível comunicação institucional. A isso o povo chama “lei da rolha”, mas os tecnocratas preferem a designação “estratégia de relações públicas”. São entidades extremamente hierarquizadas, com regras rígidas no que diz respeito à comunicação com o exterior. Apesar da boa vontade dos responsáveis locais para prestarem esclarecimentos e colaboração connosco, os seus superiores regionais e nacionais não autorizam essa comunicação.
Os CTT são seguramente um dos serviços que mais contestação e reclamação suscitam no país, e Lousada não tem sido exceção, numa frequência quase diária, tanto nas redes sociais como na via pública. A lentidão e a supressão de postos de trabalho, juntamente com a eliminação de estações de serviço e pontos de atendimento, são os principais motivos de reclamação.
Nos dias de levantamento de reformas é difícil transitar, de carro ou a pé, no cruzamento da avenida dos Combatentes da Grande Guerra com a rua António Emílio. O estabelecimento dos Correios partilha instalações com o Banco CTT e, além disso, no local existem estantes e escaparates com livros para venda, que retiram espaço aos utentes. Em dias de grande afluência de pessoas, nomeadamente nos dias de levantamento das reformas da Segurança Social e entidades afins, o local fica apinhado de gente que transborda para o exterior. No passeio lotado de pessoas não raras vezes se encontram motorizadas dos carteiros e contentores empilhados com revistas institucionais, jornais e folhetos comerciais, para distribuição. É como se o passeio do edifício fosse uma extensão das instalações dos CTT.
No que se refere à distribuição de correspondência, que foi amplamente contestada nos dois últimos anos, parece estar mais célere. Parece ter dado frutos a pressão movida pelos sindicatos, nomeadamente o SITIC – Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações, que empreendeu greves há um ano, solicitando a entrada de mais carteiros e melhores condições de trabalho.
CTT de Lousada tem novo gerente
O chefe dos Correios é uma figura pública, por inerência do cargo que desempenha. Ao longo dos tempos essa pessoa destacou-se pela estima e consideração que lhe eram prestadas pela população. Também alguns funcionários, nomeadamente carteiros, ficaram célebres, pelo solicitude e urbanidade num serviço muitas vezes vital, exigente e nem sempre fácil. Nomes como Carminha dos Telegramas, António Massas, Eduardo Carteiro, são muito recordados pelos lousadenses mais velhos.
Também os diretores Porcina Cura de Sousa (na década de 1950) e António Ferraz Moreira, de Vila Meã, (na década de 1970) ficaram na história da estação dos CTT de Lousada. O mais recente a ocupar é Joel Ferreira, que assumiu funções na semana passada, substituindo José Cavaleiro.


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