EMPRESA MUNICIPAL TEM PREJUÍZOS DESDE 2019
Desde 2019 que a empresa municipal Lousada Século XXI dá prejuízo. Dois fatores parecem pesar fortemente nisso: (ainda) as consequências da pandemia e o encarecimento substancial dos preços dos combustíveis. A par disso um edifício envelhecido pelos seus 26 anos (a precisar de obras de fundo), contribui para afetar ainda mais a gestão de tão importante empreendimento para a vida social, desportiva e saúde de Lousada. ”Não está fácil, mas estamos empenhados para voltar à normalidade”, afirma o presidente do Conselho de Administração.
As Piscinas Municipais de Lousada têm 26 anos (foram inauguradas a 7de Maio de 1997). Desde a sua fundação que estão dotadas com bancadas para cerca de 300 espetadores e dois tanques (de 25m x 16m e de 16m x 16m). Existem dois tanques exteriores: um redondo para crianças e outro em forma de feijão para adultos, no qual foi instalado um escorrega e outros equipamentos de animação aquática. Depois há diversas valências de manutenção lúdica, saúde e modalidades desportivas, infraestruturas e salas, balneários, ginásio, etc. É um empreendimento gigante que se tornou em empresa municipal, com gestão autónoma, mas que é financiada e supervisionada pela Câmara através do pelouro do Desporto.
Em termos de recursos humanos e de utentes, as Piscinas envolvem o funcionamento diário, com cerca de 2600 utentes e cerca de 30 funcionários (fixos e temporários). Neste âmbito, ocorreu recentemente a perda de dois dos seus membros mais antigos e preponderantes nos respetivos setores: Armando Moreira, o mais antigo na logística operacional, e Pedro Mota, diretor técnico e desportivo, ambos de licença por motivos de saúde, ao que pudemos apurar.
No plano material, os maiores encargos acontecem com a o funcionamento e manutenção regular e periódica, sobretudo da casa das máquinas, atividades de higiene e obras de curto, médio e longo prazo. Neste particular, é de assinalar a deterioração de alguns aspetos do edifício que vinha-se manifestando há muito. As obras iniciaram-se esta semana.
A entrada principal destas instalações é a sua imagem de marca e consiste numa coberta com uma cúpula redonda, em vidro, de 100m quadrados, por onde a chuva infiltrava, estando agora a ser intervencionada e ao mesmo tempo será feita a substituição da tela de cobertura do edifício.

Administrador confia na recuperação
“Gerir as piscinas exige muito, mesmo muito esforço”, desabafa José Pedro Vanzeler, do Conselho de Administração, órgão onde também tem assento Fernando Sampaio e Susana Monteiro. O principal administrador está naquela estrutura diretiva desde 2012. “Esse foi um ano de prejuízo financeiro, que nunca mais aconteceu até 2019. Mas com a chegada da pandemia, desde 2020 temos tido prejuízo e quando estávamos a pensar que íamos recuperar veio a guerra na Ucrânia, que afetou os mercados financeiros dos combustíveis e isso gerou um impacto negativo muito grande nas Piscinas”, revela o diretor.
Um dos principais custos é o funcionamento de três caldeiras de aquecimento que estão ligadas 24 horas por dia durante todo o ano. É certo que o edifício está equipado com painéis solares, que geram energia para as caldeiras, “mas há longos períodos no ano em que a falta de sol obriga ao consumo de gás”, explica.
Outro custo de peso diz respeito a um fator primordial das Piscinas: a higiéne e salubridade. “Há muito que não temos queixas nesse sentido, pois estamos cientes da necessidade de dar a máxima atenção à limpeza e higiene, tanto mais que temos dois grupos etários muito presentes e que requerem isso mesmo, os bebés e os idosos”, diz o gestor das piscinas.
O número de utentes em 2019 era de 2754, o mais alto até então, mas foi diminuindo e ainda não foi igualado, embora caminhe para isso. A acrescentar a essas pessoas há 800 alunos das AEC’s (Atividades de Enriquecimento Curricular) e 400 pessoas dos movimentos seniores. “Comparativamente com concelhos vizinhos e até em termos nacionais, só podemos estar satisfeitos com o número de utentes, de valências e serviços que proporcionamos”, sublinha Vanzeler, que realça ainda “a lotação esgotada nas modalidades aquáticas como hidroginástica” como um dos exemplos da adesão que o empreendimento tem por parte do público.
“Estamos a lutar para voltar à normalidade, em termos financeiros, e acreditamos que isso vai acontecer este ano”, afirma com confiança.

Comentários