Joaquim Aires entre a música, o ciclismo e o ativismo cívico
Pedalar até Paris durante dez dias é uma façanha que Joaquim Aires, de 37 anos, quer realizar. Já foi até Madrid, mas desta vez o feito tem uma vertente solidária. Com o apoio do Município, decidiu tornar isso uma causa solidária: em cada etapa da viagem vai apelar nas redes sociais ao donativo para uma instituição de solidariedade de Lousada. Além de ciclista, dirigente associativo e bombeiro sapador, são várias as facetas deste cidadão de Cristelos.
O ciclismo é uma das paixões de Joaquim Aires, que profissionalmente é bombeiro sapador, no Porto, há 12 anos. “Para manter a forma física que é muito importante na profissão que exerço, comecei a praticar ciclismo”, revela este lousadense de Cristelos, que treina quase todos os dias durante três horas. A paixão por esta modalidade “vem do tempo em que o Café Avenida tinha uma equipa de ciclismo, que eu na minha infância gostava de ver correr”, revela o praticante.
Depois de três anos numa equipa da Póvoa de Varzim, está agora na LoveTiles (marca de cerâmicas de Aveiro) e tem conseguido alguns “resultados interessantes”, embora o propósito das corridas em que participa não tenha um cunho propriamente competitivo. “Nestas provas amadoras, de longas distâncias, normalmente só um terço dos atletas é que compete verdadeiramente entre si, porque o maior propósito é a prática do ciclismo em si e por si só e a maior parte dos participantes são os chamados «domingueiros»”, explica Joaquim Aires.
São percursos de longas distâncias, com uma vertente turística e promocional de localidades e regiões. A prova da Régua é um exemplo disso: “aquilo é um mundo, uma coisa gigantesca, com multidões a assistir e mais de três mil ciclistas a pedalar, enfim, é uma excelente forma de promover uma localidade ou uma região”, afirma o atleta.
TAMBÉM É MÚSICO PERCUSSIONISTA
Embora seja uma competição amadora, a equipa LoveTiles disponibiliza nutricionista, treinador e massagista. “Temos todo o apoio necessário e é sempre gratificante poder retribuir com alguns lugares de destaque nestas provas, como foi o caso na Aveiro Spring Classic Master, a terra da equipa, onde eu consegui chegar ao pódio com o terceiro lugar.
Colocar desafios a si próprio é característica muito própria deste lousadense, que há algum tempo começou a “alimentar a ideia de ir de Lousada a Paris de bicicleta”.
“Isso por si não me chegava e pensei que seria uma boa oportunidade para promover algo ou chamar a atenção para alguma causa e foi então que, em reunião com o executivo da Câmara Municipal de Lousada surgiu a ideia de associar o nome de uma instituição de solidariedade social a cada uma das dez etapas que vai constituir o percurso”, declarou ao nosso jornal.
A partida deverá acontecer junto aos Paços do Concelho na manhã do dia 18 deste mês e a primeira etapa termina em Mirandela. “Lanço o desafio a ciclistas de Lousada que queiram juntar-se a mim nesta etapa, para dar mais impacto à causa”, exclama Joaquim Aires. Considera que a primeira etapa deverá ser a mais difícil do percurso, mas conta com o apoio dos pais, que vão acompanhá-lo de automóvel.
Não é a primeira vez que Joaquim Aires vai pedalar ao estrangeiro: “já fiz a ligação de Lousada a Madrid sozinho, já fui várias vezes a Santiago de Compostela e recentemente estive em Itália, onde fiquei com a «medalha de chocolate», que é o nome dado pelos ciclistas ao quarto lugar. Foi uma experiência muito agradável, pois fui com um colega da equipa, que é um médico italiano em Portugal, que me desafiou para isso”.
A somar às duas facetas aqui referidas, de ciclista e bombeiro, este cidadão tem ainda particularidade de ser músico percussionista e já foi cantor em grupos corais. Começou por ser baterista na banda pop-rock GOBB, com Cristiano Alves e outros amigos, esteve também na Banda Musical de Lousada e atualmente é intérprete na Banda Musical da Lixa.



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