Inserida na Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, a terceira mais populosa do país, Lousada apresenta-se como sendo um dos concelhos mais jovens do país, tendo nos últimos anos praticamente mantido os seus mais de 47.000 habitantes (censos de 2021). Mas, se o índice de envelhecimento está abaixo da média nacional, Lousada já não tem mais jovens que idosos.
No que ao imobiliário e oferta de habitação diz respeito, estará o forte movimento imobiliário verificado nos últimos anos, a acompanhar as necessidades desta população?
Estarão os aglomerados de construções que vão nascendo, a pensar uma resposta habitacional de futuro, contemplando a sustentabilidade e minimizando o impacto ambiental, prevendo soluções de energia mais eficiente?
Estarão a contemplar soluções de mobilidade para uma população cada vez mais idosa?
Estão esses empreendimentos a contemplar espaços comunitários que proporcionem verdadeiras comunidades e interações sociais dos seus habitantes, combatendo o isolamento e promovendo a integração dos imigrantes?
Quanto aos preços, desde abril de 2022 que os preços de venda por m2 estão acima dos 1000€, não obstante, a oferta continua a estar muito aquém da procura existente.
Estará Lousada, à imagem do que se passa nas principais cidades do país, a tornar-se o “eldorado” para investidores e para quem quer fugir aos elevados custos habitacionais das grandes cidades, e a ficar insustentável para os seus habitantes?
Apraz-nos verificar que novas construções se encontram já previstas no coração da vila, concretamente nas zonas adjacentes ao edifício do Românico, o que contribuirá para aumentar a oferta de imóveis disponíveis no mercado.
Numa zona tão nobre, em que tão bem se promove a história, gostaríamos de ver verdadeiros espaços residenciais de futuro, com mais zonas verdes e menos betão, com tecnologia inteligente que permite otimizar o consumo de energia, com espaços comunitários ao serviço dos seus residentes, com zonas de lazer que permitam às crianças brincar livremente ao ar livre ou passear o animal de estimação, e quiçá com zonas que permitam aos seus habitantes o contacto com a natureza e a terra.
Devolver, portanto, às zonas residenciais e suas comunidades, o verdadeiro espírito de bairro.
Opinião de Ana Paula Moreira, Consultora DS IMOBILIÁRIA LOUSADA
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