ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE 28 DE SETEMBRO
Tal como o Outono, que chegou e persiste com altas temperaturas, a última sessão da Assembleia Municipal foi tórrida, com a oposição e o executivo a esgrimir argumentos sobre a Praça do Românico, a situação atual e futura da Saúde no concelho e o aterro da RIMA.
A Coligação Acreditar Lousada (PPD/PSD e CDS-PP), pela voz de Leonel Vieira, iniciou o debate enunciando um conto: “Era uma vez a Praça do Românico, um projeto falhado, sem consistência e 300 mil euros deitados ao lixo”. Foi desta forma que o presidente do PSD Lousada declarou o desnorte da Câmara Municipal de Lousada sobre o que fazer nos terrenos das traseiras do Centro de Interpretação do Românico. Leonel Vieira assevera que o processo arrasta-se há seis anos e que o executivo camarário nunca quis acolher as propostas do PSD Lousada para aquele local. “Gastaram tempo e dinheiro para nada”, foram as palavras de Leonel Vieira, que adiantou na assembleia qual a solução do PSD Lousada: realizar no patamar inferior um parque de estacionamento funcional e na parte superior uma praça de lazer, moderna e apelativa.

Por sua parte, Eduarda Ferreira, membro do PS, defendeu que considera que há uma gestão rigorosa da Câmara Municipal de Lousada para aquele empreendimento e que não concorda que foi perda de tempo ou dinheiro as diligências efetuadas pela autarquia.
O presidente do Município, Pedro Machado, revelou que é intenção do executivo avançar com a construção de um parque de estacionamento no local, bem como uma loja do cidadão aliada a uma praça que possa permitir a construção de um pavilhão multiusos naquele sítio. Revelou que estes serão projetos a avançar no próximo quadro comunitário e que a ambição e vontade do executivo é conseguir atingir este desiderato.
A intenção do edil de Lousada, fez com que a Coligação Acreditar Lousada (PPD/PSD e CDS-PP), voltasse “à carga” pelas vozes de Agostinho Gaspar e Leonel Vieira, sendo que o segundo afirmou que o local não deva servir para um Pavilhão Multiusos, pela pressão imobiliária e de tráfego daquele local, revelando que o mesmo devesse ser construído junto ao Complexo Desportivo de Lousada.
Dificuldade em depositar resíduos industriais
Uma vez mais, Leonel Vieira levou à Assembleia Municipal questões relacionadas sobre o problemático aterro da RIMA, situado na freguesia de Lustosa. O líder da bancada social-democrata informou que não há espaço para resíduos neste aterro para os empresários de Lousada, por ter sido aceite o depósito naquele local dos lixos perigosos provenientes de Itália, não havendo agora alternativa para depósito de lixos banais produzidos pelas empresas de Lousada. O deputado municipal, considera que a responsabilidade desta situação é da RIMA e da Câmara Municipal de Lousada por terem aceite muitas toneladas de resíduos italianos que ocuparam a capacidade do aterro. Foi ainda adiantado que o PSD Lousada defende a remoção desses resíduos daquele local e que haja um tratamento adequado do espaço para salvaguarda ambiental e da saúde da população local.
Por parte da autarquia, Pedro Machado considera que os resíduos ali colocados não são perigosos, mas informou que solicitou novos esclarecimentos à secretária de estado do ambiente e aguarda informações sobre o assunto. Foi ainda revelado pelo representante do executivo que “concorda que se o lixo não viesse de Itália o aterro duraria mais tempo”, acrescentando que a capacidade do mesmo viria na mesma a ser atingida em breve. Pedro Machado, voltou a argumentar que considera que a deposição de lixo italiano naquele local foi suspensa pela providência cautelar apresentada na altura pela autarquia.
O estado da Saúde em Lousada
A falta de médicos no Centro de Saúde de Caíde de Rei e o prejuízo que a população do concelho tem há mais de 12 anos pelo fim do acordo de cooperação para o funcionamento a custo zero da urgência do Hospital de Lousada, foram trazidos novamente a debate pelo líder da bancada do PSD Lousada, Leonel Vieira. O deputado municipal perguntou que esclarecimento a Câmara Municipal tinha conseguido obter “sobre a injustiça que os cidadãos lousadenses eram vítimas face aos habitantes do Marco de Canaveses, Felgueiras e Vila Nova de Famalicão”. O social-democrata adiantou ainda que a falta de médicos de família em Lousada é da responsabilidade do Ministério da Saúde e da Câmara Municipal.
Perante isto, Pedro Machado refutou a acusação, dizendo que o Município não é responsável pelo recrutamento médico e afirmou que a autarquia irá continuar a pressionar para que as soluções apareçam.
Foi ainda dito que a criação da Unidade Local de Saúde (ULS) na região pode prejudicar o Hospital de Lousada e sobre isso Leonel Vieira defendeu que a autarquia “deve manter-se atenta a esta situação, fazendo todos os esforços no sentido de não criar complicações para a Santa Casa da Misericórdia de Lousada, que ao manter a atividade sustentável do Hospital, pode conservar o trabalho nas áreas sociais e manter o impacto positivo do ponto de vista laboral e social no concelho”.
No debate deste tema, o vereador da saúde, Nelson Oliveira, interveio também para anunciar que está a acompanhar a situação, considerando que a criação da ULS é positiva e que o objetivo será melhorar o estado da saúde local, e que existindo em Lousada “um Hospital qualificado, o município está do mesmo lado”.

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