PREOCUPAÇÃO CHEGOU À CÂMARA
O Louzadense lançou o debate público sobre a falta de comissão de festas para 2024 e o assunto suscitou uma ampla participação, sobretudo nas nossas redes sociais. É sabido que a única lista apresentada, em Agosto, abdicou depois de ser protelada a sua aprovação “por demasiado tempo”, segundo justificação dos seus titulares. Isso criou um vazio que preocupa a população e as instituições. Parece que o impasse mantém-se.
Entre as principais reações provocadas pelo debate consta a preocupação pela falta de um regulamento ou de uma supervisão oficial da organização do maior evento anual em Lousada, a Festa Grande em Honra do Senhor dos Aflitos. Sem saber com que linhas se cosem neste assunto, há quem questione “a quem se entrega uma lista candidata?” e há quem responda “ao senhor padre”, mas também há quem diga que “é a Câmara quem decide”. Outros alvitram que “é a anterior comissão que deve indicar quem lhe sucede”. Nada está escrito ou instituído oficialmente, o que dificulta o processo de formação de uma lista e respetiva “ida a jogo” da mesma.
Desde o início do debate que o Louzadense lançou, apareceram incentivos para que a associação LADEC avançasse, como o fez durante muitos anos, mas também houve muitos apoios públicos a uma eventual candidatura de João Henrique Fernandes, cuja vontade de realizar o evento é conhecida desde 2018, ano em que também ele entregou uma lista que foi retirada pelo próprio “ao perceber que não ia ser escolhida”.
Quanto à LADEC, o seu presidente Joaquim Gonçalves disse ao nosso jornal que “é com preocupação e bairrismo que estamos a acompanhar a evolução deste tema, e até devo dizer que estamos sensibilizados com os incentivos que recebemos para avançarmos, mas o que posso dizer é que, para já, não está nos planos da LADEC realizar as festas”.
Também João Henrique Fernandes nos disse comungar da “preocupação geral que se instala cada vez mais em Lousada, por não haver comissão de festas para o próximo ano”. Mostrou-se “muito agradado” com as manifestações de apoio que lhe têm surgido “por diversos meios” e afirmou que “gostava muito de ser o presidente da comissão, mas estou na organização das festas da Senhora da Conceição, em Cristelos”. Além desse constrangimento, este lousadense referiu também que “começa a ser muito tarde organizar uma equipa, de 20 ou 30 pessoas, pois isso já devia ter sido feito logo que terminam as Festas Grandes”.
Aproveitando a oportunidade, João Henrique fez questão de “alertar tudo e todos para a necessidade de evoluirmos na organização das Grandiosas, criar regras e hábitos, para motivar as pessoas a fazer as festas, a apresentar-se com listas, e uma das formas de transparência e motivação seria, por exemplo, na marcha de segunda-feira, que encerra as festas, apresentar num carro alegórico a comissão do ano seguinte para dar a conhecer ao povo e até mesmo começar logo ali a angariar fundos como fazem outras festas”.
A preocupação chegou à última reunião de Câmara, onde o vereador Carlos Nunes interveio sobre esta questão dizendo que “é público que existe um vazio na Comissão de Festas, para organizar a Festa Grande em honra do Sr. dos Aflitos. Imagino que a Câmara esteja a acompanhar isso. Tem alguma informação adicional?”, ao que Pedro Machado respondeu “não muito mais”. E o vereador insistiu: “aquilo que percebo é que existe uma certa ansiedade colocada na sociedade pelo facto de não haver uma Comissão de Festas ainda estabelecida para organizar a Festa Grande que é, de facto, um cartão de visita notável do nosso Concelho, portanto, acho que deve ser uma coisa que nos deve preocupar a todos”.
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