MÚSICA HIP-HOP GANHA FORÇA EM LOUSADA
Chama-se Francisco Borges, mas na cena musical é Lordcais, um jovem que se dedica ao estilo hip-hop. Este estilo musical está na berra para animar e dançar, para passar mensagens pessoais e sociais, de desabafo e de contestação, mas também de afirmação e de alegria. É sobre isso que trata o recente tema “Siga” lançado na semana passada nas redes musicais, onde está a ter bastante êxito. Nota-se talento e evolução numa carreira que parece muito promissora.
Embora atuando a solo, Lordcais não está sozinho. Estão com ele os amigos do Movimento 4620, de onde o hip-hop lousadense nasceu e se expandiu há alguns anos. A ajuda-lo estão Pedro Teixeira (professor musical, técnico de som, intérprete, etc), Ricardo Surika, Rui Preto Moreira e outros. É uma das características deste estilo musical: mais que um grupo, é aquilo que os ingleses chamam crew, que é um conjunto de artistas ou músicos que fazem parte de um movimento musical.
Aos 25 anos, Francisco Borges tem um percurso ainda curto mas já recheado de originais. Há cinco anos interpretava temas de hip-hop com nuances de rap, drum e beat. Com o tempo o estilo tornou-se mais pop e melodioso e menos cru, duro e seco. Essa conclusão surge da busca no YouTube e no Spotify dos temas deste jovem, que mostra uma evolução notável. Desde “JTB” (2019) até “Siga” (2023), há em Lordcais um notório investimento na carreira, com indícios de aprendizagem e de experimentação bem sucedida.
Continua corrosivo e incisivo na mensagem como se ouve no tema mais recente: “É sempre siga, este é o lema do meu povo, ando sempre atrás da guita, por muito que faça é pouco”. E lança uma indireta à competição desleal e às cunhas para triunfar no mercado laboral: “só talento não passa ao trabalho”.
O videoclipe é rodado em Lousada e mostra símbolos e locais desta terra. “É para mostrar a paixão pelas minhas raízes; é onde, um dia, eu gostava de me afirmar como intérprete”, diz o músico. Quer triunfar mas sabe que a competição é dura. Nem por isso se desmotiva e confia no seu talento. “Está na hora de dar o salto, de arriscar”, declara Lordcais, que está recetivo a convites para concertos.
Atuar no Festival Vila é um objetivo deste intérprete. “Além de mim há mais gente com capacidade para fazer boa figura no Vila” e refere os seus companheiros Surika, Preto e Saxi.Este último está em Inglaterra, mas tem gravado no estúdio do lousadense Pedro Teixeira, em torno do qual este movimento ou crew tem evoluído.
“Lousada tem tantos talentos musicais em tantos estilos diferentes, que um dia vai aparecer alguém que chega lá acima, ao topo, se não for eu que seja outra pessoa de cá”, conclui com sincero sentimento bairrista.

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