O emigrante Bruno Ribeiro, de 41 anos, é natural de Nespereira (Lousada) e vive em Monthey, na Suíça. Tem uma empresa chamada RB Créations Sarl, que se dedica à montagem de cozinhas. Mas 20 anos naquele país fazem este emigrante pensar no regresso definitivo. Mas há muitos fatores a serem ponderados.
Aos 20 anos de idade, cheio de projetos e de sonhos, Bruno Ribeiro achou que o melhor para atingir tudo isso seria emigrar. Partiu de Portugal com a esposa, em 2003. Declara-se disposto a voltar definitivamente para o seu país, mas há vários fatores a ponderar.
Longe vão os tempos de incerteza e insegurança, quando tomou a decisão de emigrar. Diz que o seu projeto para imigrar começou a ser desenhado em 2003. Na altura ele e a namorada planearam casar e abalar para a Suíça, “à procura de uma vida melhor”.
Conta que casaram em outubro de 2003 e em abril de 2004 “demos o passo e arrancamos para um país que eu já conhecia, pois ia lá passar férias”. Os familiares mais próximos deste lousadense já viviam na Suíça, e “isso foi um chamariz, uma motivação muito forte”.
Mas apesar de todos os fatores a favor, “a ida foi difícil e não escondo que os mil e oitocentos quilómetros da viagem foram de muito choro e tristeza”.
Estava enraizado em Nespereira, no futebol e no rancho folclórico Flores da Primavera. Não foi fácil para ele largar isso e partir. “Para mais, eu trazia a minha esposa, que estava com receio do que iria suceder. Ela tinha deixado toda a sua família para trás, além de que nunca tinha saído do país”, revela o emigrante
“Como é fácil de ver, eu trazia uma forte responsabilidade”, explica. A par disso, Bruno levava também ele “um monte de saudades de Lousada”. Diz que sente falta das festas e romarias, dos convívios, do Rali de Portugal e dos amigos.
Logo que chegaram começaram a trabalhar: “eu na minha arte e a minha esposa arranjou umas horas nas limpezas e lá começamos a fazer a nossa vida num estúdio”.
Os primeiros anos “foram muito duros, por causa da língua e da adaptação a uma vida baseada na rotina trabalho, casa, trabalho, casa”. Entretanto o tempo foi passando, a experiência com a língua foi melhorando e a progressão profissional também., ao ponto de considerarem que emigrar “foi uma aposta ganha e uma decisão acertada”
Elogia a qualidade de vida que existe na Suíça e que ali conquistou e acrescenta que “o que menos gosto é da neve”. Sobre as principais diferenças que encontra entre as pessoas de lá e os portugueses, diz que “em Portugal as pessoas são mais humildes, acolhedoras e cheias de alegria e felicidade, enquanto na Suíça é cada um por si e muito fechados”.
Vinte anos passaram
Do seu ponto de vista, “a situação aqui não é a mesma de há vinte anos”. Admite que “a vida aqui está a degradar-se em vários aspetos” e explica que “custa muito ver que todos querem tudo para ontem e tudo mal feito, sem preocupação pela qualidade, coisa que há alguns anos era impensável, pois queriam tudo perfeito e não olhavam muito ao preço”. Na opinião de Bruno “depois da pandemia as pessoas ficaram muito diferentes e eu nunca pensei tanto em ir embora como este ano. Sinto-me triste pelo que se está a viver aqui. É tudo feito à pressa e sem paciência nem qualidade”.
Mas partir não é uma resolução fácil de tomar. “Neste momento os meus filhos também querem ir, mas a minha esposa não”, revela.
Os filhos têm 10 e 6 anos e Bruno Ribeiro considera que “para eles, nessas idades, é a melhor altura para partir de vez para Portugal”.
Por si a decisão é fácil. “Para mim eu digo que já chega. Fiz em 20 anos na Suíça, o que não conseguia fazer em toda a minha vida em Portugal”, reforça.
Por fim, este lousadense quer através do nosso jornal “deixar os parabéns a todos que lutam para termos Lousada como temos. Também os parabéns aos jornais por nos fazerem chegar as informações da nossa santa terra. O meu bem haja a todos”.

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