PORTUGAL VAI A VOTOS NO DOMINGO
A campanha eleitoral para as eleições Legislativas está ao rubro, com os “pesos pesados”, ou seja as ilustres figuras dos respetivos partidos a chegarem nesta altura às câmaras de televisão e aos palcos e arruadas. Jogam-se os últimos trunfos para captar o voto. Os indecisos são mais que muitos. As sondagens vão dando resultados muito iguais entre os partidos do “bloco central”, enquanto os radicais de direita e de esquerda se perfilam como o fiel da balança para eventuais coligações ou viabilizações governamentais. O que esperam os Lousadenses?
Um breve inquérito aleatório na rua, na manhã desta quarta-feira, permitiu-nos perceber que há bastantes indecisos. Mas também há muita vontade de votar, “nem que seja em branco. Há muito protesto. Encontra-se de tudo. Os que se mantêm fiéis ao “seu” partido de sempre dizem que “um partido é como um clube, nunca se muda”. Mas também há aqueles que vão mudar o seu voto. Selecionamos seis pessoas para ilustrar esta iniciativa, mas foram dezenas de inquiridos. Muitos não aceitam dar a cara para esta causa. A quase todos eles é comum um certo desalento e descrença nos partidos. As frases mais proferidas foram “são todos iguais”, “prometem muito e não cumprem” e os mais afoitos dizem mesmo “são todos uns gatunos”.


MARIA TERESA RIBEIRO, 22 anos, estudante universitária
“Já votei noutras eleições mas desta vez vou mudar o meu voto. Acho que o país precisa de mudança. Uma mudança radical e profunda. Os debates foram pouco informativos, com os candidatos mais preocupados em atropelarem-se uns aos outros. Vou lendo os programas de cada partido e sinceramente tenho muita dificuldade em acreditar nas propostas que fazem. O país não tem capacidade económica para tanto”.

ADELINO SOUSA, 61 anos, aposentado
“Votei sempre no mesmo partido. É como pertencer a um clube de futebol, é para toda a vida. E desta vez não vou mudar. Mas tenho que dizer com toda a sinceridade que os partidos todos mentem muito, não falam da realidade como ela é. Eles dizem o que as pessoas querem ouvir e para isso pintam o futuro de uma forma que não é a real. Todos fazem promessas que ao fim e ao cabo vai-se a ver e ninguém cumpre”.

LUÍSA TEIXEIRA, 51 anos, empregada de limpeza
“Não acredito em partidos e se fosse votar nem sei em quem votava. É tudo o mesmo. Por isso não vou votar. Acho que é perder tempo. São todos iguais a roubar a mentir a prometer e não cumprir. Lamento dizer mas é a minha opinião. Já votei muitas vezes, sim senhor, porque acreditava um pouco, agora não acredito nada. E já agora deixe-me dizer-lhe que acho uma palhaçada certos candidatos, como o Tino de Rans , que só fazem campanha a gastar dinheiro dos contribuintes”.

JOAQUIM MENESES, 66 anos, ex-árbitro
“O país não estava muito mal, portanto estas eleições são um acidente. Por isso, vou votar em quem já lá estava. Só vejo duas possibilidades de vitória, ou para o Partido Socialista ou para a AD. Vai ser muito equilibrado. De qualquer maneira, devo dizer que não estou iludido que isto vai mudar. O país está com dificuldades, depende muito ou quase tudo da União Europeia. Somos um país pequeno e como tal estamos limitados”.

PAULA RIBEIRO, 52 anos, doméstica
“Confesso que estou muito indecisa. O meu marido também está indeciso em quem votar. Mas até à hora do voto acho que nos vamos decidir. Já votei em vários partidos, à procura de melhor, mas nunca melhora, são todos iguais. A meu ver há muito roubo dos partidos, quando chegam ao poder são todos iguais. Isso não faz nada bem ao povo que cada vez mais deixa de ir votar. Isso faz perder a confiança que havia há muitos anos”.

TIAGO AZEVEDO, 35 anos, desempregado
“Vou votar, isso é certo. É um dever cívico. Agora, se me pergunta em quem, tenho que dizer que ainda não sei em que partido ou coligação vou meter a cruz. A campanha eleitoral não me esclareceu grande coisa. Tenho muitas dúvidas. Ainda faltam alguns dias para as eleições, portanto vamos ver como vai ser”.

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