A palavra «crime» sempre esteve presente nos meios de comunicação social, despoletando pensamentos e opiniões da sociedade, daquilo que foi ou deveria ser feito nesta ou naquela situação. O acesso a esta informação contribuiu, em parte, para um clima global de insegurança e desconfiança.
No entanto, é importante salientar que quem comete um crime é um ser humano a quem devemos atribuir um justo castigo de acordo com a respetiva transgressão, tendo sempre em conta o respeito pela dignidade da pessoa humana.
O ato de cometer um crime é influenciado por fatores individuais e familiares das histórias de vida, por fatores sociais remetendo-nos para a discriminação e desigualdade social e, por fim, por fatores ambientais presentes no meio social em que a pessoa vive, cresce (e.g. bairros com altas taxas de criminalidade, falta de policiamento efetivo) e que podem ser propícias para a criminalidade.
Assim sendo, o crime será sempre uma resposta ao meio em que a pessoa se encontra, podendo esse referir-se ao contexto social ou psicológico do indivíduo e ser constante ou temporário para o mesmo.
Ações e programas que invistam no bem-estar mental e social da população, investimentos na educação, programas de apoio social, acesso a serviços de saúde mental, oportunidades de emprego e medidas de redução da pobreza são essenciais para criar um ambiente favorável e positivo para a sociedade, reduzindo as causas subjacentes aos crimes.
Todo o crime terá sempre uma história e um futuro.
É importante avaliar ambos, sem nunca esquecer a dignidade humana.
Andreia Moreira
Psicóloga
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