ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LOUSADA
Ficou claro na Assembleia Municipal de quinta-feira que a pista dos desportos motorizados vai continuar na Costilha. “Está por um fio”, afirmou o presidente Pedro Machado sobre a conclusão das negociações, que a oposição diz que decorrem “às escondidas”. Em contraponto, Leonel Vieira (PSD) vê na decisão uma solução “de vistas curtas, sem arrojo nem ambição”. Defende que Lousada precisa dum complexo do desporto automóvel. Na Costilha não há espaço para isso. De espaço também se falou acerca doutro investimento avultado, o Multiusos. Não se vislumbra para curto ou médio prazo. Nem o local está decidido. Perto da Vila seria excelente para a economia local. Mas na periferia cabiam mais automóveis e ruído.

Confiante de que vai ser uma “boa solução para Lousada” e que vai “defender o interesse público”, Pedro Machado anunciou que está para breve a conclusão dos projetos de requalificação da pista da Costilha e urbanização das zonas envolventes. Morreu à nascença a ponderação de uma localização da pista noutro local.
Perante isto, o líder da oposição Leonel Vieira passou ao ataque, acusando o presidente da Câmara de não ter “genuinamente vontade de estudar outras alternativas para uma nova pista e instalar outros equipamentos, um complexo do desporto automóvel, com museu do desporto motorizado, um hotel temático, restaurante, bares e ainda terrenos para atrair investimento de empresas no setor do automóvel e até na formação automobilística”. Ao mesmo tempo, Leonel advoga que “o ruído das provas, a afluência de automóveis e pessoas a uma área que será densamente urbanizada” serão prejudiciais para a organização de provas na Costilha a médio e longo prazo.
Nesta perspetiva, acusou o executivo de ter “vistas curtas” e de “pensar pequenino, sem ambição e com isso, não tenho dúvidas, está a hipotecar o futuro do desporto motorizado em Lousada”. O social-democrata enfatizou que “não deve decidir com base na emoção e nalguns interesses circunstanciais” e asseverou que “um presidente de câmara que esteja mesmo genuinamente preocupado com o futuro do seu município tem que saber ouvir planear e executar, não em função de interesses particulares e ou corporativos” mas em prol do bem público.
Refutando as acusações de que está a negociar os terrenos e respetivas infraestruturas “às escondidas”, Pedro Machado contra argumentou, dizendo que o pedido de “uma discussão pública sobre o desporto automóvel em Lousada é folclore”, e assegurou que ponderou outras soluções para a pista, mas está convencido de “ter optado bem”. E dirigindo-se a Leonel Vieira disse: “você, daqui a uns meses, vai acabar por me dar razão, eu aposto consigo”.
MULTIUSOS SEM VISTAS CURTAS NEM LONGAS
Não há vislumbres para o famigerado, necessário e ansiado pavilhão Multiusos de Lousada. Esta ideia trespassou em todas as intervenções neste órgão autárquico nas anteriores sessões e nesta não foi diferente.
Sobre o assunto, disse Leonel Vieira: “verifiquei que continua a admitir construir o Multiusos na «praça do românico», o que considero uma decisão tremendamente errada e tudo faremos para que não cometam esse erro grosseiro, como em tempo já aqui abordei numa sessão desta Assembleia”.
Voltou a sublinhar a sua reivindicação por um espaço multifuncional para grandes eventos desportivos, culturais, recreativos, feiras e congressos nacionais e internacionais, e outros eventos. Lamenta que “a Câmara e o seu executivo socialista sempre entenderam que não era uma prioridade para Lousada” e reiterou que “o Multiusos deveria ter sido um dos primeiros equipamentos a ser construído no Complexo Desportivo”.
Por último, espera “ambição, arrojo e determinação para construirmos um Multiusos que seja uma referência nacional e internacional” e que não deve ser visto como “uma despesa” mas como um investimento “que trará inevitavelmente retorno financeiro”.
Junto às Pocinhas ou ao Complexo Desportivo são localizações que se aventam. Mas datas não há. Nem se avizinham. Dinheiro para investir também não. Para isso, diz o presidente da autarquia, teria que ser necessário abdicar de outros investimentos e apostar no Multiusos.
Estimando que o custo de tal obra rondaria os 11 milhões de euros, Pedro Machado diz que a Câmara tem esses fundos, mas “não podem ser usados no Multiusos porque há uma série de metas que temos que atingir e, portanto, ainda que fosse possível alocar os 11 milhões para o Multiusos, não faz sentido colocar os ovos todos no mesmo cesto”. Questionou se “acham bem esgotar toda a capacidade de endividamento do Município para dizer que temos o Multiusos?”.
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