A mentira do PSD Lousada e uma lamentável falta de isenção jornalística
No uso do consagrado no art. 24 da Lei 2/99 de 3 de janeiro, o PS Lousada vem por este meio exercer o Direito de Resposta face à publicação do jornal O Louzadense na última edição de 19.12.2024 com o título: “Desunião de Lustosa e Santo Estêvão – Apesar de conter deficiências, processo foi aprovado”, nos seguintes termos:
- No decorrer do processo de desagregação de freguesias de Lustosa e Barrosas (Santo Estêvão) foi publicada uma notícia que revela uma inaceitável parcialidade a favor de uma visão partidária, neste caso do PSD Lousada, transmitindo informações totalmente erradas, parciais, falsas e, pior ainda, ouvindo apenas uma parte dos interessados, neste caso o líder do PSD Lousada, Leonel Vieira;
- Recorde-se que o processo da desagregação de freguesias de Lustosa e Barrosas (Santo Estêvão) teve origem numa proposta dos eleitos do PS na assembleia de freguesia e, por maioria de razão, estes também deviam ter sido auscultados pelo Jornal ou então a estrutura local do PS – o que não aconteceu.
- Estranha-se mais ainda, que tendo sido conhecida a decisão de aprovação desta desagregação na Assembleia da República no final do dia 17 de dezembro (terça-feira), o jornal tivesse tido tempo de ouvir, posteriormente, uma reação do líder do PSD Lousada e não tivesse o mesmo cuidado de ouvir o PS Lousada, apesar de, nesse preciso dia (17), a estrutura concelhia do PS ter lançado um comunicado público nas redes sociais sobre este assunto, lamentando-se esta falta de interesse seletivo em ouvir quem apresentou a proposta;
- No dia 18 de dezembro, de manhã, o PS Lousada enviou diretamente um mail com o respetivo comunicado, para os diversos jornais locais e regionais, incluindo O Louzadense, solicitando publicação na edição impressa e online, tendo obtido a resposta que não era possível publicar na versão papel porque a edição já estaria fechada, – o que imediatamente compreendemos, solicitando publicação na edição seguinte;
- Tal não foi o espanto que apesar de todas as limitações alegadas pelo jornal – que compreendemos -, a notícia em causa (publicada no dia 19) apenas deu nota da opinião do líder do PSD Lousada, tendo este vangloriando-se de um feito que, como todos sabem é falso, porque na verdade o PSD nas votações da Assembleia da República NUNCA votou favoravelmente a desagregação destas duas freguesias;
- Estranha-se também que na referida notícia não tenha havido o cuidado de informar os leitores que a desagregação de freguesias foi aprovada com os votos favoráveis de PS e PCP, abstenção do PSD e voto contra do Chega, tal como consta na ata do processo 110 da respetiva comissão – como comprova a imagem seguinte retirada do documento oficial da Assembleia da República;
- É ainda falso o que se refere no jornal e passamos a citar: “apesar das falhas no processo remetido pela Assembleia Municipal de Lousada para a AR, que solicitou sucessivos pedidos de informação e documentação”.
Na verdade, apenas foi feito um único pedido de aperfeiçoamento do processo em dezembro de 2022, que obteve resposta imediata e jamais foi solicitado o Mapa de Pessoal da União de Freguesias de Lustosa e Barrosas (Santo Estêvão) – documento que, na primeira votação do grupo de trabalho, realizada na primeira semana de dezembro 2024, os deputados do PSD alegavam estar em falta – situação que se ultrapassou depois da exposição sustentada na lei, feita pela Presidente da Assembleia Municipal de Lousada, Drª Lurdes Castro; - Leonel Vieira reitera ainda a este jornal e sem contraditório que existia uma “deficiente elaboração do processo”, o que nos leva a questionar: Se o processo estaria mal elaborado, por que razão Leonel Vieira o os membros do PSD Lousada votaram favoravelmente estes documentos em Reunião de Câmara e Assembleia Municipal? Ou se efetivamente havia falhas, por que motivo a Assembleia da República não reprovou o processo, como o fez em tantos outros casos?
Na verdade, não houve nenhuma deficiente instrução do processo, muito menos responsabilidade da CM Lousada porque, se assim fosse, o processo teria sido reprovado por todos os grupos parlamentares e de acordo com a lei. - Mais se estranha estas palavras do líder do PSD Lousada quando na verdade, o documento que supostamente estaria em falta, era da União de Freguesias de Lustosa e Barrosas (Santo Estêvão) que como todos sabem é liderada pelo próprio PSD!
Isto revela não só um desconhecimento legal de todo o processo por parte de Leonel Vieira, como também um ataque sem precedentes a um Presidente de Junta do seu partido que sempre colaborou neste processo com os eleitos do PS e deu o seu melhor para cumprir a vontade da população; - Tentar vir à tona assumir a paternidade de uma iniciativa com a qual foram sempre uma força de bloqueio revela uma falta de decoro sem precedentes, quando é possível constatar que a proposta de desagregação foi apresentada pelo PS desde a Assembleia de Freguesia e foi o PS que votou sempre favoravelmente a desagregação como se constata nos diversos documentos.
Por isso, nada adianta ao PSD Lousada e ao seu líder inventar noticias e factos quando a história é clara e o povo de Lustosa e Santo Estêvão está muito bem esclarecido sobre quem fez o quê; - Por fim, lamenta-se que sucessivamente o jornal O Louzadense, em particular o seu diretor que, como todos sabem é militante e Vereador do PSD na Câmara Municipal de Lousada, não consiga ser isento e, a cada dia que passa, use e abuse de um jornal que, sob a capa de uma alegada isenção, transmite recorrentemente uma visão parcial, truncada ou dando muito mais relevo à posição do PSD;
- Defenderemos sempre uma imprensa livre, isenta e compreendemos que muitas vezes é necessário dar mais enfase às vozes dissonantes, numa sadia troca de argumentos, mas espera-se pelo menos igualdade de tratamento e que se ouçam sempre ambas as partes. É o mínimo que exigimos.
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