O conhecimento científico na área da nutrição e no desporto, por vezes é esbatido pela profusão de informação de má qualidade, oriunda e a coberto de interesses comerciais, resolutos na compra de determinados produtos ou por forma a seguir certas estratégias alimentares, sem base científica e com evidentes riscos para a saúde. Acrescido a tal, está patente a imensidão de diferentes opções alimentares, as novidades são muitas e, quase sempre, acompanhadas de publicidade irresistível.
A alimentação saudável e o exercício físico são determinantes para o estado de saúde, capazes de retardar ou impedir o aparecimento de doenças que nos matam ou nos incapacitam. Porém, a prática desportiva comporta desgaste do organismo, oriundo de diversos fenómenos fisiológicos, como, o stress oxidativo, inflamação, perdas de fluídos, minerais e demais. Em reporte a tal e de modo a fazer face a estas instâncias, a nutrição/alimentação arroga um papel importante no desporto ao garantir um aporte de nutrientes essenciais para a preparação, recuperação, adaptação e otimização, por forma a potenciar os resultados e a performance/rendimento desportiva. Importa frisar que, a intensidade, o nível, a duração e frequência do exercício físico são fatores a ter em conta na alimentação, pois têm uma relação direta com as necessidades nutricionais de quem o pratica, deste modo, as escolhas alimentares deverão ser ajustadas caso a caso.
A alimentação adequada possibilita otimizar a composição corporal, diminuir os riscos de lesão e de fadiga, e melhorar a performance/rendimento desportivo. Prende-se assim, a importância de adequar a ingestão aos objetivos nutricionais em cada fase de treino. Antes do treino é necessário maximizar os níveis de glicogénio muscular, manter níveis ótimos de glicemia, retardar a depleção muscular, prevenir a fadiga e manter o estado de hidratação; durante o treino é imperativo repor as perdas hidroeletrolíticas, manter os níveis de glicemia e retardar a fadiga; após o treino é indispensável repor os níveis de glicogénio muscular, líquidos e eletrólitos, normalizar a glicemia e promover o anabolismo e reparação muscular. Outra premissa de particular interesse, revê-se na adequada hidratação, condição necessária para um ótimo desempenho desportivo.
Relativamente à suplementação, esta acarreta relevância e preocupação para o atleta, pela decisão entre consumir suplementos nutricionais ou não, no entanto, e apesar de serem muitos os suplementos disponíveis no mercado, importa salientar que, poucos têm base científica comprovada. O uso incorreto incorre consequências não só a nível do rendimento, mas também a nível da saúde do atleta.
Ressalvo que, as recomendações relativas à alimentação devem ser realizadas e ajustadas por profissionais qualificados, alinhadas com as preocupações individuais de cada atleta, em termos de saúde, da modalidade praticada, das necessidades nutricionais individuais, das preferências alimentares e dos objetivos de peso corporal e composição corporal. Tal não significa que, o plano alimentar tenha de ser aborrecido, inflexível, repetitivo ou sem sabor, é uma questão de bom senso, disciplina e rigor.
A sinergia da Nutrição e do Desporto por mais saúde, mais energia e mais músculos.
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