por | 16 Fev, 2020 | Desporto, Sociedade

Sem tiro em Lousada, praticantes deslocam-se aos concelhos vizinhos

Eugénio Carvalho é sócio-fundador da Associação de Caçadores de Lousada. Lembra-se perfeitamente de que começou a funcionar na rua Pinto Mesquita, onde era a sede, sendo o campo de tiro por detrás da Lousafil, onde davam uns tiros. “A fundação começou com cinco pessoas, eu, o Manuel Freire, o Manuel Ferreira da Agência, o José Ferreira da Cachagem e o Firmino Mendonça. Foi nos anos 90”, conta.

A passagem para as atuais instalações coincidiu com a assunção da presidência por parte de Arménio Silva. A partir daí, Eugénio Carvalho manteve-se apenas como sócio, não integrando a direção.

Eugénio Carvalho deixou de ser atirador do clube há três anos, altura em que o clube deixou de competir. “Na altura, havia provas, torneios, com fundos e também com dinheiros da associação, foram feitas as instalações e os equipamentos”, recorda.

Este sócio recua quase duas décadas para encontrar a última assembleia geral: “Foi em 2002 ou em 2003. Pelo menos eu não fui convidado. Julgo que deveria ser todos os anos. A mim nunca me ligaram”, diz. Acrescenta que, “até 2002, eram publicadas ou vinham convocatórias em carta. Em 2002, uma assembleia geral foi adiada por causa da clarificação de certos e determinados assuntos, nomeadamente contas, mas eu não me recordo. O meu interesse na associação foi sempre na competição e que o campo fosse sempre utilizado para tiro”, frisa.

2002 foi o ano das obras: “Houve dinheiros. Estamos a falar de duzentos e tal mil euros com fundos comunitários e a câmara ajudou”, diz, referindo ainda que “o valor que veio de fundos comunitários não foi só para os equipamentos, também foi para fazer a casa, tudo o que está lá, todas as infraestruturas”, sustenta, contrariando as palavras do presidente.

Sobre a atual propriedade, ouviu alguns comentários, mas não conhece as circunstâncias da aquisição. “Neste momento, a associação não serve os fins a que eu me propus para ela e por isso não vejo motivo para eu ser sócio. Não presta serviço nenhum. Era sócio pela competição e pelo convívio, mas agora os campos agora estão desativados, sempre avariados”, lamenta.

O facto de não poder praticar tiro em Lousada leva Eugénio Carvalho ao Marco de Canaveses duas vezes por semana. Todos os anos entra em competições, tendo-se sagrado campeão nacional de segundas categorias no fosso olímpico. “Se houver motivação, os atletas aparecem”, sustenta. “Toda a gente tem pena que aquilo esteja parado. A lei das armas mudou, é um bocado complicado… O campo teria de ser legalizado, não sei se foi ou não… Há ali uma série de fatores que falta resolver”, afirma.

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