A “Infusões com História” é uma marca conhecida pela produção de chás biológicos. O projeto nasceu em 2017, pensado por Valdemar Sousa e Miguel Moreira, dois apaixonados por atividades de Natureza e Montanha e por tudo o que estas vertentes têm para oferecer.
A marca é “um sonho tornado realidade”, explica Miguel Moreira, um dos fundadores, e é uma empresa que se dedica “à criação e desenvolvimento de tisanas associadas a cada um dos territórios, nomeadamente do Norte de Portugal, é esse o propósito da nossa empresa. Paralelamente, somos pessoas muito sensíveis à economia local, entendemos que a “Infusões com História” deve ser um estímulo a essa economia, na medida em que, trabalhos apenas plantas locais, portuguesas e plantas destes territórios”.
A partir de várias caminhadas e viagens pelos montes e vales da região do Românico e do Douro, a inspiração necessária surgiu e os dois encontraram o caminho certo, que os levou a criarem misturas exclusivas a partir de espécies autóctones.
“Os nossos produtos têm de ser obrigatoriamente 100% portugueses, 100% biológicos, 100% naturais e 100% locais.”
“Respeitamos um triângulo que é, simultaneamente, a base do nosso trabalho e um canal de comunicação. Os nossos produtos têm de ser obrigatoriamente 100% portugueses, 100% biológicos, 100% naturais e 100% locais, poderíamos acrescentar este vértice, já não seria um triângulo, seria um quadrado, mas na base do nosso triângulo é ser 100% bio, 100% natural, 100% português. Progressivamente, fomos acrescentando ao nosso canal de comunicação estes 100% local, que faz todo o sentido, tendo em conta que trabalhamos plantas de um determinado território. Quando falamos de plantas do Românico, não vamos buscar plantas ao Algarve”, esclarece.

No território da Rota do Românico, no Vale do Sousa, Tâmega e Douro, “trabalhamos cinco plantas: a urze, a carqueja, a cidreira, a hortelã comum e a prunela. Com estas plantas fazemos misturas que revertem em três infusões distintas: a Infusão do Mato, a Montanha de Sensações e Românico Português”, explica.
Mais recentemente surgiram os Chás BIO do Douro, onde 6 misturas exclusivas permitem a quem prova, sentir o Douro, o rio, os socalcos e as vinhas, como mais nenhuma outra marca o permite fazer.
“O Douro tem uma diversidade maior e dentro deste perfil que nos interessa, o aromático. Lá encontramos a folha de oliveira, a folha de videira, o tomilho bela-luz, os orégãos, a folha de framboeseira, a erva-peixeira, as calêndulas e muitas outras que são características do Douro”, como o alecrim, louro, nogueira e funcho. “Aí temos seis misturas que desenvolvemos sob a chancela das “Misturas do Rio & da Vinha” para remeter para o Douro, enquanto que a nossa primeira gama chama-se “Misturas do Românico” para remeter para o território da Rota do Românico.
Atualmente, são duas gamas num total de nove referências, três no Românico e seis no Douro. Os seus aromas exploram as emoções, sentimentos com prazeres e sensações que se prolongam numa viagem. Mais do que uma criação que espelha a região Norte de Portugal, os produtos da marca pretendem ser bilhetes de identidade únicos.
Os mesmos contribuem para que as tradições, a cultura, a produção biológica e até os parceiros recebam visibilidade e sejam projetados a nível nacional e internacional. Desta forma, apresentam-se através dos seus ingredientes 100% naturais. O objetivo é a recuperação da História e do Património dos territórios, partindo de experiências sensoriais.
“O facto de ser bio, o facto de ser natural, não é, de todo, um trabalho adicional. É uma opção, uma dinâmica, são princípios de trabalho.”
“O facto de ser bio, o facto de ser natural, não é, de todo, um trabalho adicional. É uma opção, uma dinâmica, são princípios de trabalho, porque misturar plantas que sejam biológicas ou não sejam dá exatamente o mesmo trabalho. O que na base nos deu imenso trabalho foi identificar as plantas, selecionar as plantas, misturar as plantas para que aromaticamente fossem diferenciadores”, menciona, reiterando que “no mercado português, já existem empresas que fazem produtos interessantíssimos e não queríamos mais um, queríamos ser a “Infusões com História”, com misturas distintas e que, aromaticamente, fizessem diferença”.
Para além disso, têm como missão a valorização e o respeito pelo meio ambiente, pelo Produtor e o património vegetal.
Rota do Românico como ponto de partida
Assim, surge uma parceria com a Rota do Românico, “que serve de inspiração”. Pelo facto de Miguel Moreira viver em Lousada, conhece a Rota do Românico e identifica-se com esse trabalho de valorização do património e território.
“Por isso, fazia todo o sentido eu sensibilizar o meu sócio que, ao criar a nossa empresa, o primeiro território que iriamos trabalhar seria este que tão bem conheço. Paralelamente, sei da sensibilidade da diretora da Rota do Românico para apoiar, alavancar, projetos de desenvolvimento local e estimulem a economia local, tudo isto associado com o enorme potencial que tem a Rota, começamos precisamente por aí”, conta.
Para o fundador, “o nosso design de produto, que também vive no território da Rota, em Paços de Ferreira, colheu muito bem esta ideia e visitou imensos monumentos para se inspirar para criar o logótipo, escolher as cores, por isso todo um conjunto de circunstâncias fez com que começássemos por este território, que nos inspirássemos”.
“Em Portugal, culturalmente, é muito válido, chamarmos chás a tudo, quer seja para as infusões, quer seja para as tisanas. Tivemos de necessidade de comunicar sobre a chancela do chá, mas, em bom rigor, a “Infusões com história” tem infusões e tisanas. Desde o início, a Infusões começou a diversificar aquilo que comercializa, as plantas à volta das infusões e das tisanas, mas também os acessórios para as preparar”, comenta.
Nos catálogos, plataformas digitais e loja online é muito comum encontrar-se o bule, o infusor, o jarro elétrico e muitos outros produtos que estão “associados a uma experiência de 360º à volta do chá, do ritual das infusões e das tisanas”, explica.

Muitas outras foram as parcerias que foram desenvolvendo ao longo do tempo e com diversas marcas das mais distintas áreas. “Combinamos infusões com rebuçados “Dr. Bayard”, com chocolates com a “Pedaços de Cacau”, com bolachas do “Atelier do Doce”, com perfumes, procuramos diversificar o nosso leque de parcerias para que não tenhamos só infusões com infusões, mas infusões com outros produtos que complementam este mundo das infusões”, garante.
Apesar de ter sido pensada em 2017, chegaram ao mercado apenas no último trimestre de 2019, ou seja, “os primeiros produtos que comercializamos foi nessa altura e temos pouco mais de um ano. Esta é a montra que nos podemos basear para fazer um balanço. Em 2020, vendemos 10 vezes mais do que em 2019, também não seria difícil, porque só trabalhamos um trimestre e em 2020 foram quatro. Por isso, podemos dizer que multiplicamos por 10 o volume dos nossos negócios, mas, acima de tudo, multiplicamos diversas vezes o número de produtos que comercializamos, o número de parcerias, o número de eventos feitos”.
“Uma medalha de ouro com a infusão vibrante do Douro, uma medalha de bronze com a infusão subtil do Douro e duas medalhas gourmet com a infusão aromática e montanha de sensações do Românico.”
O fundador mostra-se satisfeito por, mesmo em pandemia, “termos crescido tanto em 2020 e, acima de tudo, ter aberto tantas portas para 2021 continuar esse caminho”. A marca também já foi premiada com quatro prémios internacionais. “Uma medalha de ouro com a infusão vibrante do Douro, uma medalha de bronze com a infusão subtil do Douro e duas medalhas gourmet com a infusão aromática e montanha de sensações do Românico”, orgulha-se.
No futuro, pretende-se “aumentar a notoriedade e visibilidade da marca, quer no mercado interno, quer no mercado externo. Então, estamos a trabalhar para exportar cada vez mais, exportar para a Europa Central, América do Sul e até mesmo África. Acreditamos que temos muito potencial para exportar Portugal, exportar a qualidade dos produtos portugueses e exportar os aromas de Portugal”, afirma.
Sobretudo, desejam aumentar o portfólio de infusões e já estão a trabalhar infusões para a região do Côa e para a região das Beiras. “Queremos dinamizar outros territórios e outras plantas que não estão representadas neste momento”, termina.