De portas fechadas, foi em silêncio que as discotecas lutaram pela sobrevivência nos últimos 19 meses. Com o alívio das restrições, os lousadenses voltaram a sentir a música e os amigos, desde o passado dia um de outubro.
Apesar da obrigatoriedade de apresentação de certificado digital de vacinação ou um teste negativo, as discotecas reabriram no passado dia um de outubro. Num regresso tímido, porque nem todas abriram, mas com uma grande procura.
Em Lousada, o Praça Pública reabriu as portas para a animação noturna tão esperada. Cláudia Pereira, de 45 anos, não quis perder a oportunidade de se divertir e afirma que “há muito tempo que estava em casa e estávamos a precisar de conviver, de dançar, que adoro, de ouvir música, estava a precisar muito disto”.

“Há muito tempo que estava em casa e estávamos a precisar de conviver, de dançar.” – Cláudia Pereira
“Já não tenho qualquer receio do convívio, com a vacinação acredito que não há receios. Tenho muita confiança na vacinação e quanto mais pessoas estiverem vacinadas e desde que seja obrigatória a apresentação de certificado eu sinto-me segura”, garante.
Para Ana Peixoto, funcionária do espaço noturno lousadense, atravessar esta fase nem sempre foi fácil. “Para quem depende e de quem vive da vida noturna foi muito complicado. Foi muito complicado para quem tinha as casas fechadas e não conseguia faturar e para quem gosta de frequentar e ter uma noite divertida e não o conseguia fazer”, lamenta.
“Para quem depende e de quem vive da vida noturna foi muito complicado.” – Ana Peixoto
“Isto acabou por ter um impacto social, porque as pessoas não podiam sair, não podiam divertir-se e depois há um acumular de pessoas que querem sair e não podem. Na inauguração, foi uma loucura, porque toda a gente estava fechada há muito tempo e nota-se que as pessoas querem sair e regressar à normalidade, mas ao mesmo tempo têm consciência daquilo que está a acontecer e mantêm-se sempre muito no seu grupo”, revela.

A funcionária acredita que “nós, os funcionários, estamos muito protegidos, porque para além da distância que temos para o cliente, também trabalhamos com a máscara. Não podemos ter receio de voltar a uma vida normal, temos de nos adaptar”.
Sendo este trabalho um passatempo, Ana Peixoto não ficou parada durante estes meses. “Isto é apenas um extra e uma forma de me divertir enquanto faço algo que eu gosto. Portanto, a minha vida desenrolou-se de forma normal, mas sem trabalho na noite”, termina.
O setor da diversão noturna foi o primeiro a fechar, em março de 2020, e o último a abrir, trazendo grandes danos à indústria, uma vez que foi o único que esteve completamente fechado durante estes meses. Os empresários do setor pedem apoios, seja através de um alívio fiscal, de linhas de crédito ou de apoios a fundo perdido.
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