O homem de negócios
Artur Teixeira, nascido a 21 de janeiro de 1948 na vila de Lousada, é proprietário de três estabelecimentos de diferentes ramos. Um exemplo destacado quando se aborda a dedicação que, consequentemente, o encaminhou a várias conquistas.
“Nasci, cresci e vivi sempre em Lousada”, introduz Artur Teixeira ao Louzadense. Um arcaico residente de Silvares, freguesia portuguesa do centro da vila das camélias, com 74 anos é digno de escrever um livro com a sua história de vida. Ao longo da conversa são vários os momentos que recorda com carinho da sua longa caminhada.
Segundo Artur Teixeira, a sua infância foi marcada pelo trabalho porque assim preferiu. No entanto, esta sua escolha que ainda nos dias de hoje se encontra bem enraizada não o impediu de viver a natural inocência de uma criança. A liberdade, a rebeldia e a proteção são palavras que marcam os seus primeiros anos de existência.
Os progenitores de Artur Teixeira viveram sempre uma vida boa o que possibilitou que este e os seus sete irmãos não atravessassem necessidades. Sempre teve tudo aquilo que desejou e nunca lhe faltou nada, sobretudo o amor – que move montanhas – e o cuidado. Porém, estas particularidades podiam levá-lo a ser um menino pouco empenhado e esforçado na sua vida profissional o que não aconteceu.
Frequentou o primeiro ciclo do ensino básico geral até ao fim, mas durante esse período caracterizou-se por ser uma pessoa malandra e pouco interessada em aprender as matérias lecionadas em ambiente escolar. Com os objetivos bem definidos desde cedo e dada a sua paixão pelo mundo do trabalho, aos 12 anos dedicou-se ao mesmo.
A liberdade total e a confiança que os seus pais depositaram nele traduziu-se neste início precoce das responsabilidades e, mais tarde, em todas as ideias idealizadas por este e por outros que o vinham procurar.
Nesta lógica, foi ajudar o seu pai na serração de madeira da família onde prosseguiu durante largas temporadas. De acordo com o próprio, desde que começou a trabalhar com o seu progenitor a empresa evoluiu bastante. “Apesar da serração ser dos meus pais nada me impediu de fazer o que quisesse”, salienta Artur Teixeira. O orgulho e a convicção que a sua família nutria pelo trabalho do mesmo fizeram-no ter, em geral, um bom olho para os negócios. E não foram poucos os que se seguiram.
Após toda a dedicação empregada, comprou juntamente com um amigo uma serração. Esta situava-se na atual Churrasqueira Galdouro, lugar em que Artur Teixeira nasceu. O surgimento deste negócio deu-se por uma mera brincadeira e aliciado decidiu comprar. Apesar de considerar que sempre teve o apoio e a ajuda do seu pai, nesta aquisição este não ficou particularmente satisfeito e agradado com a situação. Mas depois acabou por adquiri-la a Artur que já se encontrava como o único sócio da empresa e, de seguida, distribuiu-a pelos seus filhos todos.
Artur, na época, manobrava as duas serrações e o carinho que ganhou por estas foi abundante. “Se começasse do zero fazia exatamente o mesmo caminho, as serrações deram-me tudo o que tenho”, revela visivelmente agradecido à experiência valorosa com o mundo das madeiras. Atualmente, prevalece a tristeza por estas já não existirem.
Pelo meio da sua vida profissional, aparece a mulher da sua vida. Artur Teixeira casou em 1975, em Vila Nova de Famalicão, a terra da sua amada. Todavia, após o matrimónio, esta veio para Lousada viver junto do seu esposo. Ambos constituíram família, tendo dois filhos, um rapaz e uma rapariga. Conforme Artur, a sua mulher apaixonou-se por Lousada na qual pretende ficar para sempre.
Dez anos depois de se ter casado, em 1985, fundou a LousaVinhos no concelho de Lousada. Na altura, ainda se encontrava nas serrações quando um convite para ajudar dois amigos surgiu. Artur Teixeira, amante de desafios, decidiu aceitar e entrou com algum capital. Inicialmente, eram três sócios e no ano de 2000 fica sozinho ao comando do comércio dos vinhos.
A empresa LousaVinhos é caracterizada por um cariz profundamente agrícola, sobretudo no domínio dos vinhos verdes. Com uma carteira sólida de clientes e por exigência dos mesmos, sentiu a necessidade de aumentar o seu portefólio, introduzindo novas marcas e vinhos de grande qualidade como: N’Pipas, Aldeia Verde e Ramada da Porta.
Inicialmente, a atuação da empresa passou somente pela região do norte do país. Nos dias que correm encontra-se em expansão a nível nacional e internacional. “Estamos a engarrafar para outros países, nomeadamente a Polónia e a França”, evidencia Artur Teixeira.

Quando questionado se voltava a aceitar a invitação, Artur Teixeira afirma que apesar de na altura ser um grande desafio pois não conhecia a área e não exercia grande conhecimento voltaria a entrar no negócio. “Uma pessoa adapta-se e hoje não deixaria ficar”, concluiu.
Artur é um empreendedor de mão cheia e movido sempre pelos desafios – bem analisados -, no ano de 1995 entrou na construção civil. Na sua vida, os convites surgem e agarra-os com a determinação necessária para nunca “abandonar o barco”. E, neste caso, não foi exceção. Abriu a empresa em conjunto com um sócio, mas este decidiu partir para uma nova etapa sozinho. “Cada um seguiu o seu caminho, porém sempre bons amigos”, sublinha Artur.
Atualmente, a firma apelidada de Artur Da Costa Teixeira & Filhos, LDA, está a construir um prédio à beira do restaurante Visconde e também do restaurante Brazão, em Lousada. A par desta construção, as vivendas situadas perto dos correios estão entregues a esta empresa.

De evidenciar que a LousaVinhos apareceu primeiro que a empresa de construção civil que tem, nos dias de hoje, 25 anos de existência, apesar de Artur Teixeira se encontrar em funções deste género há 27 anos quando instigado pelo amigo. “As iniciativas não ocorrem da minha parte, mas quando entro jamais desisto”, declara.


Além destes dois negócios referidos, Artur Teixeira possui ainda a Óptica Piscar D’Olho, em Lousada. Ao todo este em todas as suas empresas alberga cerca de 20 funcionários ademais dos subempreiteiros que trabalham conforme o metro, o dia ou a hora. Segundo Artur Teixeira, é essencial existir um planeamento estratégico dentro de um negócio. “Sou uma pessoa muito organizada e prezo por ter tudo direito, sobretudo a nível de compromissos”, ressalta.

De acordo com o empresário, o sucesso deriva de gostar daquilo que se faz. “Eu gosto de todas as minhas empresas, caso contrário não valia a pena todo o esforço empregado nelas”, reforça.
Todavia não só de negócios vive Artur Teixeira. A par da paixão pelo trabalho nutre também uma paixão pelo desporto automóvel que considera ser um lazer na sua vida. Esta surgiu na sua infância e com apenas 13 anos já tinha ganho a primeira de muitas taças alcançadas.
Desde muito cedo começou a manobrar com excelência os tratores nos montes juntamente com o seu pai. Iniciou nesta categoria, mas aventurou-se em todos os tipos de automóvel. A rebeldia sempre fez parte da sua vida e foram bastantes as peripécias que resultaram do seu comportamento, como o de fugir de casa para andar de motorizada.
“Quase que fiz de tudo dentro do desporto automóvel”, afirma. O mesmo foi uma das primeiras pessoas de Lousada a dirigir-se para fora do país no âmbito das corridas e quando tinha 28 anos todos os fins de semana participava em corridas, nomeadamente: rallycross, autocross e provas de perícia. Artur teve sempre o apoio da sua mulher que alinhava nas maiores aventuras.
Derivado a este sentimento, foi um dos fundadores da Pista da Costilha sendo ainda um dos sócios desta. “O automobilismo é a minha modalidade predileta”, finda Artur.
Ao longo da sua vida profissional e pessoal, Artur Teixeira procurou deixar em todas ocasiões bem salientadas – seja em atitudes como em palavras – as características da sua personalidade. Um homem modesto, de fino trato, dedicado e que ajuda sempre o próximo são algumas das peculiaridades deste. E, no fundo, o mais importante é simpatizar-se com quem se é e Artur Teixeira não hesita em afirmar que não mudava nada no seu caráter.
Não ressalvar o amor que sente por Lousada seria uma mágoa para Artur Teixeira. A acarinhada vila é para este, a terra mais bonita que existe. “Considero-me um grande lousadense” termina o empresário. E, como nesta rubrica procura-se dar relevo aos grandes lousadenses, eis que aqui fica um pouco de Artur Teixeira.

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