Joaquim António da Silva Machado, com 45 anos, reside em Aveleda e é um cidadão que sente o automobilismo desde tenra idade. A Pista da Costilha cresceu consigo e, nesta, conquistou o troféu da 1º Taça de Portugal que houve. Começou na velocidade e, desde 2016, encontra-se no rallycross onde já obteve inúmeros prémios. Conheça este desportista lousadense.
“O desporto, como na maioria dos lousadenses, esteve presente no meu crescimento”, inicia. Desde pequeno que acompanhava as corridas que ocorriam na Pista da Costilha com a sua família, sobretudo, com o seu progenitor que lhe passou a paixão pelo automobilismo.
O desporto automóvel está intrínseco em si, graças ao bichinho que ganhou ao longo da sua vida. Inicialmente, fez algumas corridas de karting e confessa ter sido o seu primeiro contacto com a realidade. Conforme o próprio, participou nestas por mera brincadeira e não estava à espera de reter alguma aprendizagem.
A nível oficial, a primeira corrida que fez foi uma prova de resistência que sucedeu em Lousada. Aliás, além de ter sido a sua 1º vez, também foi a 1º vez que uma prova de resistência veio à vila. Mais tarde, entrou no Challenge Desafio Único com a viatura Fiat Uno, tratando-se de uma prova de velocidade. “Achei bastante interessante”, sublinha.
Durante alguns anos manteve-se nesta prova, mas, entretanto, mudou para a viatura Fiat Punto ao longo de 4 anos. Pelo meio, fez uma prova no Circuito da Boavista onde venceu. Este é um evento que faz as delícias dos amantes de corridas e de carros onde o cheiro e o barulho dos motores esvoaçam no ar. “Foi uma das melhores experiências da minha carreira”, reforça.
Além do mais, participou nas 24 horas TT de Fronteira. Em 2011, fez um interregno no seu percurso e regressou em 2016 para o rallycross, onde se mantém até aos dias de hoje. Começou na Super 1600 e ainda continua nesta que é considerada a categoria rainha pela quantidade e qualidade de carros e pilotos que a frequentam.
A categoria Supercar é a mais alta do rallycross, na medida em que os carros têm uma aceleração idêntica aos da F1. Contudo, esta perdeu protagonismo e são poucos os carros que andam nesta. Posto isto, a categoria do lousadense é a “personagem principal” do desporto automóvel em questão.
Joaquim conquistou variados troféus ao longo da sua carreira: campeão do Challenge Desafio Único no seu 2º ano; campeão da prova no Circuito da Boavista; campeão da 1º Taça de Portugal que existiu; campeão de bastantes provas de resistência.
Como referido, venceu a 1º Taça de Portugal que existiu no mundo do rallycross. Questionado acerca da importância desta conquista, de imediato, refere o facto de ter ocorrido na sua terra natal o que encaminha a que o sabor seja ainda mais especial. “A 1º vez que foi feita eu venci-a, sem dúvida, vai ficar sempre na memória”, reforça.

As vitórias que possui na prova de resistência são da sua equipa, visto que são cerca de 4 a 5 pilotos a disputá-la. “A Kaxa e Motor, a minha equipa, é a segunda de Lousada com mais vitórias em 6 horas e 4 horas”, confessa. À medida que fala desta, agradece todo o apoio incansável.
“É sempre bom termos retorno do trabalho que a gente faz, seguramente, são resultados que vão perdurar para sempre”, declara acerca destas conquistas referidas.
Interrogado sobre qual a pista que mais gostava de correr, de imediato, realça a de Sever de Vouga. “A Pista da Costilha estará sempre no meu coração, mas é a minha 2º eleição”, explica. O lousadense privilegia Sever do Vouga porque, desde sempre, se encaixou perfeitamente e gosta do seu trajeto.
Neste sentido, refere que não há pista de velocidade e rallycross em que não tenha corrido, inclusive, aufere de pódios em todas as classes onde passou. Desta forma, todas as pistas presentes no calendário fizeram parte do seu percurso.
“Se fosse optar, neste momento, preferia estar na velocidade ao invés do rallycross porque foi sempre o que mais gostei”, confessa. A sua paixão está assente em circuitos, porém, saiu do Challenge Desafio Único. De acordo com o próprio, a prova estava com poucos carros porque os pilotos foram distribuídos pelos vários desafios e esta condição fez com a mesma ficasse desinteressante.
Dado isto, não houve nenhuma classe que o mantivesse na velocidade e após a insistência de um amigo foi para o rallycross. “Gosto bastante do rallycross, logicamente, mas a minha verdadeira paixão será sempre a velocidade”, salienta.
O lousadense afirma que o rallycross é um desporto de bastante contacto físico ao contrário da velocidade e que os pilotos necessitam de estar preparados para tal. Aliás, quem inicia a prática tem que possuir essa consciência porque assim vai conseguir aproveitar um fim de semana de provas. “É preciso saber lidar com as diferentes situações que acontecem e também perceber que há toques e toques”, reforça.
A nível de conselhos para futuros iniciantes da prática, o piloto sugere que comecem pelas várias classes que existem para dar algum espaço e entender a evolução. Para mais, sugere que se foquem em todas as corridas.
“Na próxima época o meu objetivo é vencer o campeonato”, concluiu Joaquim Machado.
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