Festeiros fazem balanço da romaria da Senhora Aparecida
Histórico, marcante, inesquecível, são palavras que se ouvem de quem fez e de quem viveu a romaria deste ano da Senhora Aparecida. Há um sentimento unânime sobre o magnífico evento, não apenas na parte profana ou festiva como na componente religiosa. Alguns dias depois, o festeiro André Faria era a personificação do cansaço, mas também da satisfação pelo resultado obtido.
O formidável fogo de artifício da noite de segunda para terça-feira foi um dos pontos altos e “foi ainda melhor do que estávamos à espera. Correu tudo bem, não houve danos nem incêndios”, exclama André Faria, que elogiou o trabalho da empresa de pirotecnia Macedos, da Lixa.
Sem nada a apontar de negativo durante os dias da festa, o presidente da comissão organizadora diz que “correu tudo conforme planeamos, de forma responsável e cuidada e não tivemos nenhum contratempo, o que nos deixa orgulhosos e com um sentimento de felicidade, mas foi duro, muito duro mesmo, conforme podem imaginar”.
Tratava-se de comemorar a importante efeméride dos 200 anos da aparição de Nossa Senhora, “por isso houve um empenho maior, um brio mais forte e um orgulho ainda mais acentuado, que ajudou a que tudo corresse pelo melhor”, acrescentou o festeiro principal da organização.
Para angariar a verba necessária, que “ultrapassou um pouco os 200 mil euros” foi preciso recorrer a várias campanhas e iniciativas: “notamos nos peditórios que as pessoas foram mais generosas que nos anos anteriores, como elas próprias disseram, fizeram mais sacrifício, pelo tal facto de ser uma data especial da romaria, mas além dos peditórios, dos donativos e dos patrocínios, muitos dos quais nos chegavam por livre vontade das pessoas, fizemos muitas iniciativas para obter dinheiro”.
Uma dessas formas de angariar fundos ficou bem patente ao longo dos dias da festa, com os romeiros a usar vestuário e adereços alusivos ao evento. “A venda de vestuário e adereços personalizados com imagens e símbolos da romaria, numa loja aberta de propósito para isso perto do santuário foi uma aposta ganha, porque esgotamos quase todo o stock de produtos, desde os kits para a bênção das motas, os polos, as t-shirts, os bonés, enfim, as pessoas aderiram muito bem a tudo isto”, referiu.
Um conselho para a próxima comissão
Na componente religiosa, “foi tudo bem conseguido, com a novidade deste ano que a meu ver resultou muito bem, que foi a chegada das promessas ao santuário em vez de saírem e chegarem à igreja paroquial, conforme acontecia antes, o que a nosso ver não fazia sentido porque as promessas são à Nossa Senhora Aparecida e como tal devem ser entregues no santuário”.
Ainda não há comissão de festas para 2024, “mas não deve tardar a aparecer”, diz André Faria. Para a quem pedimos um conselho para os sucessores que hão-de vir: “é preciso orgulho, dedicação e algum sacrifício pessoal, pois têm que abdicar de tempo e coisas da vida pessoal e familiar”. Mas sublinha que “no final podem ter a certeza que é um prazer realizar a romaria da Senhora Aparecida e não têm que recear se vão ou não fazer igual ou melhor que este ano porque isto foi especial por causa da comemoração dos 200 anos. Tenham também em conta que há um modelo mais ou menos definido e que contém tradições que fazem parte da nossa festa e que é só seguir esse modelo de uma forma geral”.
André Faria aproveita a oportunidade desta entrevista para endereçar agradecimentos “às pessoas, firmas e entidades, que colaboraram connosco das mais variadas formas, pois só assim foi possível realizar algo que de facto fica para a história”.










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