por | 10 Mai, 2024 | Política, Sociedade

Da escassez do Auditório à falta do Multiusos

SESSÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL (AM)

Na sessão de 30 de abril, antecedendo o Dia do Trabalhador, foram muitas as ausências de figuras habituais deste órgão colegial lousadense. A oposição abriu as hostilidades por Pedro Amaral, da coligação Acreditar Lousada (PSD/CDS). A generalidade dos presentes já esperava que abordasse a falta de convite ao CDS para intervir na sessão solene do 25 de abril, que decorreu no Auditório Municipal. Foi tema central na sua intervenção, tendo-se mostrado “bastante sentido” por tal “falta de sentido democrático”, ainda por cima naquelas comemorações. O jovem centrista foi cáustico ao acusar a liderança socialista de “arrogância”, o que foi refutado pelo presidente Pedro Machado.

Consensual foi o tema da aprovação do regulamento de apoio aos jovens na aquisição e construção de habitação própria e permanente. A isenção de taxas, nomeadamente de IMT e IMI, constituem o grosso das ajudas. O “flagelo” que se vive no setor da habitação, com flagrante falta de poder de aquisição, nomeadamente por parte dos jovens casais (até 35 anos), motivou que o executivo correspondesse à proposta apresentada pela oposição para a implementação e aprovação das medidas.

“Esta iniciativa vai provocar uma baixa da receita para o Município”, lamentou o presidente da autarquia que, contudo reiterou que “a Câmara Municipal deve fazer este esforço”. Mas é preciso ter em conta que os jovens não estão automaticamente isentos de pagar as taxas. O que podem é solicitar a devolução das verbas cobradas.

Voltando à carga, Pedro Amaral instou o presidente a pronunciar-se sobre um tema que há muito vem sendo notado: a escassez de lugares do auditório municipal. O elemento da oposição referiu que um grande espetáculo do Conservatório local vai-se realizar no Porto, dado que Lousada não possui instalações que recebam eventos daquela amplitude.

Reconhecendo que o auditório “não tem muito por onde crescer”, Pedro Machado disse que a ampliação recente “foi a possível”. O edil reiterou o seu desejo de realização de um (pavilhão) Multiusos. Isso afigura-se antes um sonho de difícil concretização, pois o autarca alegou que o “investimento avultado” é um obstáculo. E essa tão desejada como necessitada infraestrutura, permanece incerta, ainda sem local definido. O autarca falou de estudos que estão a ser feitos. E mais tarde na sessão, instado a pronunciar-se sobre uma crítica vinda do público, de que não deixa uma grande obra enquanto presidente da Câmara, voltaria ao tema do Multiusos, referindo que pretende “criar condições” para quem vier a seguir o possa concretizar. Ainda para responder à aventada falta de obras de grande monta, Pedro Machado referiu-se à reformulação do circuito automóvel de Lousada (que parece que irá ficar no mesmo local), como uma concretização significativa da sua presidência.

Por último, refira-se que na ordem de trabalhos desta sessão da AM, foram aprovadas as contas do exercício de 2023 da Câmara Municipal. “São contas rigorosas, certas, que mostram equilíbrio na gestão, mas não podemos embandeirar em arco (…)”, ressalvou Pedro Machado.

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