As reações alérgicas podem ocorrer com qualquer alimento e em qualquer fase da vida, nomeadamente na infância.
Quando o sistema imunitário perceciona um alimento (ou vários) como uma ameaça à saúde, dá-se uma reação alérgica, podendo ocorrer em alguns minutos ou até duas horas após a ingestão, inalação ou contacto da pele com o alimento.
A alergia alimentar envolve o sistema imunitário na presença do alergénio. Ocorre quando uma pessoa ingere um alimento e o organismo tenta defender-se (reação do sistema imunitário), erradamente, reconhece esse alimento como agressor/ameaça ao organismo, sendo uma resposta exacerbada do organismo a uma determinada substância (alergénio) presente nos alimentos. Clinicamente a alergia alimentar pode manifestar-se de forma moderada a grave, podendo causar dificuldade respiratória, perda de consciência e podendo ser potencialmente fatal (anafilaxia).
Contrariamente à alergia alimentar, na intolerância alimentar, não ocorre envolvimento do sistema imunitário, existindo uma incapacidade do organismo digerir um componente alimentar, como é exemplo, a lactose (açúcar do leite), emergindo consequências no trato gastrointestinal, nomeadamente cólicas e diarreias.
A legislação europeia e nacional prevê uma lista de 14 substâncias ou géneros alimentícios que provocam alergias ou intolerâncias (anexo II do regulamento 1169/2011 de 25/10).
Importa assim, saber as alergias alimentares mais comuns na infância e que alimentos excluir do padrão alimentar da criança, caso apresente alguma destas alergias, nomeadamente, ao leite, ovo, amendoim, peixe, marisco, trigo e soja.
O tratamento da alergia alimentar assenta na evicção alimentar, ou seja, na eliminação do alergénio da alimentação, implicando a não ingestão do alergénio em causa e de todos os alimentos e preparações culinárias que contenham ou possam conter os alergénios envolvidos. A evicção alimentar é um processo complexo, sendo crucial o conhecimento da importância de questões como, a contaminação cruzada (ocorre quando dois alimentos diferentes entram em contacto e o alimento “seguro” passa a conter uma pequena quantidade do alimento alergénico) no manuseamento, preparação e armazenamento dos alimentos e ter em atenção a designações de alergénios nos rótulos dos produtos alimentares, reconhecendo quais os alimentos, preparações e ingredientes a excluir em cada alergia alimentar. Adicionalmente, a informação, leitura e interpretação correta dos rótulos alimentares são essenciais na gestão do risco associado a alergia alimentar.
Na intolerância alimentar a terapêutica é não consumir o alimento que a provoca.
Regra basilar na alergia alimentar é não arriscar!
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