A música filarmónica lousadense teve em Paulo Afonso da Cunha um dos seus maiores paladinos, tendo herdado do seu pai e do seu avô uma paixão inolvidável. Principalmente por isso, mas também pela carreira notável em várias áreas da vida pública local, este lousadense vai ser homenageado pelo Município de Lousada esta tarde. Na ocasião será inaugurado um mural alusivo à vida e obra de Paulo Afonso da Cunha, junto ao Auditório Municipal.
Paulo Afonso da Cunha (Carvalheiras) nasceu em 31 de Outubro de 1929, um dos 11 filhos de Joaquim Afonso Carvalheiras e de Carolina da Cunha Meireles, da rua do Picoto, em Lousada. Cresceu num ambiente familiar onde era grande a paixão pela Banda Musical de Lousada, onde o seu pai tocava Contrabaixo, tal como o seu avô João Affonso, que foi contemporâneo de Joaquim Carneiro da Silva Pinto, um dos fundadores da banda filarmónica lousadense em 1855. Além de Paulo (tocou trombone de pistões), também José Maria (bombardino), Augusto (percussão) e Artur Carvalheiras (tuba) foram conceituados músicos da vetusta filarmónica lousadense.
Além de músico, foi diretor da Banda Musical de Lousada, contribuindo decisivamente para alcandorar os maiores destaques no panorama filarmónico nacional. Foi presidente da Associação de Cultura Musical de Lousada, em vários mandatos. Nesta entidade, de que foi fundador, muito empreendeu para a implantação em Lousada do Conservatório de Música e também ali foi um dos impulsionadores da Secção de Moto-turismo, responsável pela realização das primeiras provas de motocross em Lousada (Quinta das Pocinhas, de 1975 a 1979), de onde surgiria a génese do Clube Automóvel de Lousada. De igual modo diligenciou de forma abnegada e célere para que Lousada tivesse uma condigna sala de espetáculos, o Auditório Municipal, pugnando pela concretização do sonho de um dos seus maiores amigos, José da Costa Sampaio.
Em termos profissionais, Paulo Cunha foi destacado agente comercial da UTIC – União de Transportes de Importação e Comércio, em Vila Nova de Gaia, onde se radicou e constituiu família. Casou em 10 de Outubro de 1953 com Maria da Glória Conceição Pinheiro, em cujo matrimónio nasceram Paulo, Maria Augusta e Maria Ângela Pinheiro da Cunha.
Foi vereador dos pelouros da Água e do Saneamento, na Câmara Municipal de Lousada (1977/79), pelo PSD, após as primeiras eleições autárquicas livres em Portugal, ganhas em Lousada por Amílcar Abílio Pereira Neto.
Paulo Cunha desempenhou as funções de diretor do Jornal de Lousada (1993/94), vice-presidente da Associação Desportiva de Lousada (1966/67), dos Bombeiros e da Assembleia Louzadense.
Por tudo isto e muito mais com que presenteou abnegadamente Lousada em geral e a Banda Musical de Lousada em particular