por | 10 Fev, 2024 | Espaço Cidadania, Sociedade

Podia ter ido mais longe como futebolista

VALTER MIRANDA, O MELHOR ESTÁ PARA VIR

Após vários anos ligado à Associação Desportiva de Lousada, como jogador e como treinador adjunto e formador, o lousadense Valter Miranda, de 39 anos, mudou de ares em Novembro passado. Foi para o Santa Eulália de Vizela, que disputa a divisão de honra da Associação de Futebol de Braga. Nesta entrevista, admite que “podia ter ido mais longe” na carreira como futebolista. Mas, “o que lá vai, lá vai” e olha para o futuro com ambição e quer ser treinador principal.

É reconhecido como um grande valor da formação de futebolistas, mas Valter Daniel da Silva Miranda, foi também um excelente jogador, com uma longa carreira como defesa. Começou nos juvenis (sub-15) do Valmesio (Casais), na distante época de 1997/98, seguido anos mais tarde para o Romariz. Jogou depois pelo Abragonense e Nevogilde, Caíde de Rei, Rio de Moinhos, Cristelos, voltou ao Caíde em 2016 e terminou a carreira na Associação desportiva de Lousada, onde jogou três épocas e onde iniciou a carreira de treinador, como adjunto.

Valter Miranda_Vizela

Nasceu há 39 anos (faz 40 em Março) praticamente no meio do futebol, em Romariz, concelho de Lousada, onde esta modalidade foi sempre rainha.  No seu currículo há “inesquecíveis subidas de divisão, no Romariz, no Caíde de Rei e no Lousada”.

Não foi futebolista profissional, mas esteve perto disso. Conjugou a atividade desportiva com empregos no comércio e na indústria: esteve na Cooperativa Agrícola de Lousada, na firma M-Cunha, na indústria  Famo, fez transporte de doentes não urgentes na associação de voluntários de Caíde de Rei e atualmente trabalha na Atenor Portugal.

Valter Miranda_Barrosas

Perante a pergunta sobre a realização pessoal como futebolista, Valter afirma que é “um felizardo por ter chegado onde cheguei”, mas também considera que “podia e devia ter jogado uma ou duas divisões mais acima das que joguei”. Reforça essa ideia dizendo que não tem dúvidas que esse cenário podia ter sido realizado, mas reconhece que “se não o aconteceu foi muito por culpa própria”. Diga-se também que, em abono da verdade, as lesões graves que sofreu aqui e ali não ajudaram.

Seja como for, manifesta um “grande orgulho em todos os clubes que representei, nos quais posso dizer que fiz amigos para a vida”. Futebol não é só competição, mas também convívio, solidariedade e amizade, valores que Valter declara que preza muito.

Sendo um entendido na formação de jovens futebolistas, diz que “cada vez mais os clubes do concelho de Lousada trabalham mais e melhor a nível de formação, mas quando a dar frutos a nível nacional, vai ser cada vez mais difícil”. Isso deve-se ao facto de “cada vez mais, é fácil os ditos grandes clubes, como Porto, Braga e Guimarães recrutarem os nossos melhores talentos em muito tenra idade”.

Valter Miranda_formador

Outra das consequências do aumento da formação nas camadas jovens um pouco por toda a parte, é a dificuldade crescente de um jogador chegar a profissional: “viver só para e do futebol já não acontece tão frequentemente como acontecia há uns tempos”.

Lousada devia estar nos Nacionais

Voltando as atenções para a Associação Desportiva de Lousada (ADL), Valter Miranda é da opinião de que “o lugar do clube é nos Nacionais e não nos Regionais como está agora”. Revela-se otimista quanto a isso: “com ajuda de todos os lousadenses, o clube vai pode estar em breve naquele patamar onde pertence”. Essa ajuda “deve ser alargada a todos, desde sócios, simpatizantes, estrutura do clube, autarquia, patrocinadores e outros elementos fundamentais para que isso aconteça”.

Convidado por nós para aprofundar a sua análise das necessidades do clube, diz que a ADL “precisa de um espaço melhor para a rouparia e ter um balneário exclusivo, para o clube ter acesso sempre a sala de tratamentos e recuperação dos jogadores”. Reitera que “é o clube da minha terra, a minha Vila e sou um lousadense com orgulho, por isso interesso-me e vejo que é um clube que a nível de infraestruturas é do melhor que há no país, mas por si só isso não chega. É preciso muito mais apoio de todos. É preciso mais massa humana envolvida com o clube, mais apoios financeiros de empresários e mais apoio camarário a nível da cedência de espaços”.

Voltando os olhos para a sua carreira, Valter tem planos para o futuro. Para já, no curto prazo, “esses planos passam por aprender o mais e melhor possível na função que tenho, que é pertencer a uma equipa técnica, onde tenho a função  de treinador adjunto”. Quanto a projetos para médio e longo prazo, o antigo jogador diz que “quero ter a minha equipa técnica e ser treinador principal, com as minhas ideias adquiridas ao longo destes anos todos e com o que ainda quero aprender”.

Valter Miranda

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